Bolsonaro e Vasques se reuniram antes da eleição

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Foto: Reprodução

Em entrevista ao UOL News, o ministro do Desenvolvimento Agrário Paulo Teixeira revelou que o PT teve conhecimento de um encontro entre Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques e Anderson Torres antes do segundo turno das eleições de 2022.

Durante a transição, uma pessoa, que não direi quem é, disse que Silvinei, Torres e Bolsonaro participaram de reuniões. Isso me foi relatado. A informação é de uma pessoa muito influente que frequentou o Palácio do Planalto naquele tempo. Não é ilação; são informações. Tive a confirmação dessa informação, sendo que a Gleisi [Hoffmann, presidente do PT] tinha a informação inicial.
Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

Ao ser questionado pelo colunista Josias de Souza, Teixeira disse esperar pela prisão de Bolsonaro por conta de seu suposto envolvimento nesta trama. O ministro ainda considera correta a prisão preventiva de Silvinei por conta de sua suposta interferência no 2º turno das eleições de 2022, quando houve bloqueios em estradas por ação da Polícia Rodoviária Federal, então sob o comando dele.

O que justificativa a prisão de Silvinei é não perder a capacidade probatória, se há movimentações que justifiquem que haverá destruição de provas e articulação entre os envolvidos. Para mim, essa elucidação virá e envolverá Bolsonaro. (…) Minha expectativa é essa [pela prisão de Bolsonaro]. O relato dessa pessoa que confirmou a informação que a Gleisi havia tido é que Bolsonaro participou dessa articulação.
Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

Wálter Maierovitch questionou a prisão preventiva de Silvinei Vasques. O colunista explicou que falta à Polícia Federal justificar a prisão provisória de Vasques, com base elementos posteriores à ação da PRF nas eleições – por exemplo, uma obstrução às investigações. A ausência desse detalhamento, até agora, causa preocupação.

Sem dúvida, os fatos são gravíssimos, mas os crimes estão em apuração. Agora, a regra é a liberdade, pois as pessoas são presumidamente inocentes. É preciso algo para quebrar essa regra. O que ele estava fazendo para justificar uma prisão provisória? A gravidade, por si só, não autoriza essa prisão preventiva.
Wálter Maierovitch, colunista do UOL

Ao analisar a prisão de Silvinei Vasques, Josias de Souza relembrou os casos de Mauro Cid e de Anderson Torres, personagens que orbitavam em torno de Jair Bolsonaro. Para o colunista, o cerco está se fechando para o ex-presidente, mas por enquanto ele ainda se mostra inatingível pelas investigações.

Do ponto de vista jurídico, a prisão de Silvinei é mais uma fagulha para incendiar as redes antissociais bolsonaristas contra o STF. Sob a ótica política, potencializa a percepção de que o bolsonarismo desmedido dá cadeia. A cada nova prisão, ressurge a mesma indagação incômoda: e o Bolsonaro? Quando ele chegará à cadeia? Por ora, a impunidade lhe dá uma aparência de invulnerabilidade que o torna mais igual do que os seus subordinados.
Josias de Souza, colunista do UOL

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