Ciro Nogueira quer suspender inquérito das jóias
Foto: Pedro França/Agência Senado
O senador Ciro Nogueira, presidente do PP e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o caso das joias recebidas como presente da Arábia Saudita por Bolsonaro é uma “perda de tempo”.
Ciro disse que episódio é uma “bobagem”. “Não vai dar em nada. Não vão provar nada contra um homem de bem”, afirmou o senador, em entrevista à Rádio CBN.
Aliado de Bolsonaro negou que dinheiro de venda dos itens tenha sido usado para financiar os ataques de 8 de janeiro. “Imaginar que um homem capaz de arrecadar, em uma semana, R$ 17 milhões com pix de R$ 2 ou R$ 3 vai vender joias para financiar atos golpistas?”, questionou Ciro Nogueira.
Senador chamou essa relação de “narrativa”. Ninguém na CPMI acredita nisso. Isso é uma narrativa, uma retórica colocada para enganar a população para tirar o foco de quem é realmente culpado por aqueles atos.”
A Justiça Federal em Guarulhos atendeu pedido do Ministério Público Federal de São Paulo e enviou ao STF as investigações sobre as joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da Arábia Saudita.
Pedido foi feito na última sexta-feira (11) e aguardava autorização para a remessa. O caso era investigado pelo MPF de São Paulo em parceria com a PF do estado porque os fatos iniciais ocorreram no aeroporto de Guarulhos.
Apuração começou com entrada ilegal de joias em comitiva de ex-ministro de Minas e Energia. Um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes foram barrados ao serem encontrados na mochila do militar Marcos André dos Santos Soeiro, que assessorava Bento Albuquerque, em outubro de 2021.
Os itens dessa primeira leva foram avaliados em R$ 16,5 milhões. Albuquerque admitiu que trouxe essa encomenda à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, mas disse que não sabia o que tinha no pacote porque ele estava fechado.
Quatro dias depois, outra reportagem revelou que Bolsonaro recebeu um segundo pacote de joias. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, o conjunto é composto por um relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha (espécie de rosário islâmico) rosa gold.
O advogado Frederick Wassef, trabalha na defesa de Bolsonaro, disse que foi aos EUA para recomprar o relógio Rolex dado por autoridades sauditas com a intenção de repassar o item para o governo federal.
“Comprei o relógio, a decisão foi minha, usei meus recursos, eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos”, falou o advogado para jornalistas. Ele também afirmou ter “conta aberta nos Estados Unidos”, em um banco de Miami.
Wassef teve celulares apreendidos pela PF. Em operação na noite de ontem, a corporação recolheu quatro aparelhos do advogado. Ele foi localizado em um restaurante na Zona Sul de São Paulo.