CPMI vai quebrar sigilos do Casal Bolsonaro
Foto: Agência Senado
A Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de Janeiro terá reunião nesta terça-feira para votar requerimentos. Esse será o primeiro encontro do colegiado após o depoimento do hacker Walter Delgatti, no qual ele implicou o ex-presidente Jair Bolsonaro em diferentes momentos e denunciou supostos planos para fraudar as urnas eletrônicas.
As declarações de Delgatti deram força para parlamentares da base do governo pedirem a quebra de sigilo bancário e telemático de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro — o que pode ser levado adiante já nesta terça. A pauta, no entanto, depende ainda de costuras a serem feitas com o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA).
A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), defende também o pedido de quebras de sigilos telemáticos de Delgatti e de militares que teriam participado de reunião no Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas. Ela apresentou ainda um pedido para quebra dos sigilos telefônico e telemático do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Isso porque Delgatti disse, durante depoimento, ter participado de uma reunião na sede do partido, com o dirigente, sobre a vulnerabilidade das urnas.
No depoimento à CPI, na semana passada, Delgatti relatou ter participado de duas reuniões com integrantes do PL em Brasília, em agosto de 2022. Na manhã do dia 9, o hacker afirmou ter se encontrado com o presidente da sigla, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e familiares da parlamentar.
O advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, que o acompanhou no depoimento à CPI do 8 de janeiro, também teria estado presente no encontro na sede do PL, mas se retirou antes do término. No ano passado, Ariovaldo afirmou à revista Veja que compactuou com a argumentação dos presentes de uma suposta fragilidade das urnas eletrônicas.
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Outro pedido da base é a votação de requerimentos que determinam a retenção dos passaportes do casal Bolsonaro. Do outro lado, a oposição quer a convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, que foi exonerado pelo governo após os ataques do dia 8 de janeiro.