Ex-diretor da Abin depõe hoje na CPMI do golpe

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 Foto: Divulgação./Câmara dos Deputados

O depoimento dele foi solicitado à comissão por cinco parlamentares da oposição: os deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ), Marco Feliciano (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG), e os senadores Izalci Lucas (PSDB-DF) e Magno Malta (PL-ES). O objetivo dos requerimentos é tentar demonstrar que houve negligência por parte do governo Lula na contenção dos manifestantes no 8 de janeiro.

O pedido feito pelo senador Izalci é o mais incisivo sobre essa intenção. Ele reúne reportagens que mostram trechos de um alerta que foi emitido pela Abin na véspera dos atos antidemocráticos e acusa a gestão petista de não ter adotado providências adequadas. O parlamentar menciona uma notícia do Estadão que revelou que, no 8 de janeiro, a Abin estava sem diretor-geral e com lacunas em vários cargos importantes, como a contrainteligência.

“Quase ninguém foi trocado na semana em que tudo foi planejado. É que o novo governo não tinha uma equipe. À exceção de Saulo, as outras diretorias não foram nomeadas e para que não ficassem vagas, os diretores que ocupavam as funções não puderam ser exonerados. Durante a semana, a situação na agência foi descrita como de caos”, diz o requerimento do senador.

Entre os dias 2 e 8 de janeiro, a Abin emitiu 19 informes sobre as movimentações que estavam sendo feitas por radicais. No dia 7, véspera dos ataques, a quantidade de ônibus que chegou a Brasília e o número estimado de pessoas que se deslocaram à cidade também foram informados pela agência.

A sessão desta terça-feira, que marca a retomada dos trabalhos da CPMI, é a primeira a ser realizada depois da divulgação do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que mostrou uma movimentação de R$ 17,1 milhões na conta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O dinheiro foi recebido por transferências via Pix. Uma possível explicação para os valores é a “vaquinha” feita pelos apoiadores para que o ex-chefe do Executivo pagasse multas e condenações processuais.

Estadão