Invasores do Planalto produziram provas contra si
Foto: Cristiano Mariz
Quatro pessoas que invadiram o Congresso Nacional no dia 8 de janeiro acessaram a rede wi-fi da Câmara dos Deputados. Para conseguir a conexão da internet gratuita, eles precisam cadastrar o nome e o CPF no sistema. Com isso, acabaram produzindo prova contra eles mesmos.
As informações constam de um ofício sigiloso enviado pela Câmara dos Deputados à CPI do 8 de Janeiro, que retomou as atividades nesta terça-feira. A Polícia Legislativa abriu o procedimento n. 237581 para levantar “os logs de tentativa de conexão e conexões efetuadas à rede sem fio” no dia dos ataques e, assim, identificar os invasores.
Dois deles, uma mulher de Contagem (MG) e um homem de Teresina (PI), já foram detidos e estão hoje sob monitoramento de tornozeleira eletrônica. Os nomes das outras duas pessoas não constam na lista de presos suspeitos dos atos de 8 de janeiro divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal.
“É necessário que se faça um pré-cadastro informando sobretudo dados como CPF, nome e telefone. Analisando estes logs, verificou-se que efetivamente foram realizadas quatro conexões de pessoas não autorizadas a acessar a Casa no dia 8 de janeiro de 2023 com a rede sem fio”, diz o ofício da Câmara, ao qual O GLOBO teve acesso. As provas também foram compartilhadas com a Polícia Federal.
Além desses indícios, a PF está identificando os invasores por meio das imagens das câmeras de segurança e da análise de material genético deixado por eles. A perícia é feita em garrafas, bitucas de cigarro, pedaços de roupa que foram encontrados no Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal — e agora se transformaram em provas na mão dos investigadores.