Livro póstumo de Cristiana Lobo retrata presidentes
Foto: Zé Paulo Cardeal – 11.nov.21/TV Globo
A editora Planeta lançou nesta semana o livro “O que vi dos presidentes: Fatos e versões”, obra póstuma da jornalista e colunista de política da GloboNews Cristiana Lôbo que apresenta a perspectiva da autora das personalidades de cada ex-presidente brasileiro desde 1985 e a relação com seus mandatos.
Para além dos perfis de cada mandatário do país, Cristiana, que morreu em 2021, apresenta memórias dos principais fatos de todos os governos a partir da redemocratização, além de causos que revelam como cada um dos que chefiou o Executivo se comportavam e como isso afetava o dia a dia do poder.
A obra não se presta a narrar os acontecimentos na política nacional em tom histórico ou historiográfico.
A ideia, na verdade, é unificar um conjunto de narrativas vistas por ela nos bastidores e suas observações sobre o temperamento de cada presidente, concatenando a política à individualidade de cada ocupante do Palácio do Planalto.
Cada capítulo é intitulado com uma característica por ela atribuída a todos os chefes do Executivo. José Sarney (MDB) seria o afável, Fernando Collor (PTB), o impetuoso, Itamar Franco (MDB) foi mercurial, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o sedutor, Lula (PT) é o agregador, Dilma Rousseff (PT), a autossuficiente, Michel Temer (MDB) é o articulador e Jair Bolsonaro (PL), o conflituoso.
O projeto foi iniciado em 2016, ainda sob o mandato de Dilma, e foi concluído após a morte de Cristiana por Diana Fernandes, ex-coordenadora de Política do jornal O Globo em Brasília.
Ela conta, na apresentação da obra, o cotidiano com a jornalista e o processo de finalização do conteúdo a pedido do marido, Murilo Lôbo.
Murilo e os dois filhos da colunista, a advogada Bárbara Mendes Lôbo e o economista Gustavo Mendes Lôbo, também assinam pequenas apresentações em homenagem à jornalista, relembrando a paixão e o entusiasmo pela profissão.
Cristiana morreu em 2021 devido a um quadro de saúde que envolvia tratamento contra um câncer e uma pneumonia contraída recentemente. Ela tinha 64 anos e estava internada à época no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Iniciou a carreira em Goiás e, em Brasília, trabalhou nas coberturas de saúde e educação, mas foi na área política que teve seu maior destaque, inicialmente nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo.
Na GloboNews, o canal de notícias 24 horas do Grupo Globo, a partir de 1997, integrou o time de frente da emissora na apuração dos bastidores e na análise do mundo político, integrando a equipe de comentaristas do Jornal das Dez.
A jornalista também comandou por anos o programa de análise Fatos e Versões, agora subtítulo de sua obra, em que conversava sobre temas de relevância da política e da economia com jornalistas convidados.