Lula não quer prorrogação da CPI do Golpe
Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
O governo Lula se posicionará contra a prorrogação dos trabalhos da CPMI do 8 de Janeiro no Congresso Nacional, cujo prazo inicial de 120 dias de funcionamento se encerra em 22 de setembro.
À coluna, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), avisou que o Executivo defenderá o encerramento da comissão na data prevista.
Na visão do governo, a CPMI já teria confirmado o que as investigações da Polícia Federal e do Judiciário indicam: que havia um plano golpista de apoiadores de Jair Bolsonaro para evitar posse de Lula.
Para Randolfe, a narrativa bolsonarista de que o atual governo foi negligente com as invasões para se beneficiar politicamente foi “demolida” pelos depoimentos e documentos obtidos pela comissão.
A prorrogação dos trabalhos da CPMI por mais 60 dias precisaria de apoio de, no mínimo, 1/3 da Câmara e 1/3 do Senado, o equivalente a 171 deputados e 27 senadores. A CPMI do 8 de Janeiro foi instalada em 25 de maio.
Inicialmente, o governo foi contra a criação da comissão. O Palácio do Planalto entendia que a investigação já estava sendo feita pela PF e pela Justiça e, por isso, não haveria necessidade de o Legislativo ter sua própria apuração.
Apenas quando a oposição tentou obter maioria e controlar a CPMI foi que o governo concordou com a instalação. Com isso, os governistas conseguiram ter maioria e impedir que narrativas bolsonaristas prosperassem.
Nesta semana, o Planalto conseguiu enterrar as chances de prorrogação da CPI do MST, na Câmara. Partidos como Republicanos, União Brasil e PP trocaram membros do colegiado, tirando da oposição o controle da comissão.
Com isso, o presidente da comissão, deputado Zucco (Republicanos-RS), e o relator da CPI, deputado Ricardo Salles (PL-SP), sinalizaram que não pedirão a prorrogação das investigações.