Lula prepara “arma secreta” para S. Bernardo
Obstinado em reconquistar a Prefeitura de São Bernardo do Campo, o presidente Lula abriu as portas do governo para o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), que deve ser o candidato à sucessão municipal no ano que vem.
Nesta semana, Teixeira esteve em Brasília com Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o do Trabalho, Luiz Marinho, que foi prefeito da cidade do ABC de 2009 até 2017. Desde então, o município é administrado por Orlando Morando (PSDB).
Lula recebe deputado Luiz Fernando, de São Bernado do Campo – luizfernandopt13 no instagram
Para Lula, é questão de honra retomar o berço do PT. Tanto ele como Luiz Fernando vão investir na polarização, rotulando Morando como bolsonarista convicto.
“O [deputado federal] Alex Manente, o Marcelo Lima [atual vice-prefeito] e o Morando falam mal o tempo todo do PT em vez de fazer uma política de aproximação”, disse o deputado. Manente, do Cidadania, e Lima, do PSB, também são citados como candidatos.
“O presidente [Lula] ama São Bernardo, mantém o seu título aqui e discutimos a importância de ter um prefeito alinhado com o governo”, diz o petista.
Segundo Luiz Fernando, Lula, Haddad e Marinho deverão estar em São Bernardo durante a campanha do ano que vem, assim como os ministros petistas Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), que é seu irmão. “Vamos ter que arrumar um caminhão [para campanha]”, brinca o deputado.
Em conversas com Lula e Márcio França, dos Portos e Aeroportos, Luiz Fernando pediu ajuda para viabilizar a sua ideia de construir um aeroporto para cargas e passageiros na cidade.
“Congonhas está sobrecarregado, estamos próximos do porto de Santos e estamos ligados à capital por duas importantes rodovias”, afirma o parlamentar.
Já no encontro com Haddad, ele afirmou que expressou preocupação com a desindustrialização. “Fui pedir apoio e ficamos de encaminhar uma agenda com empresários da cidade para falarmos da reforma tributária. O Haddad ficou de designar um representante ou ele mesmo vir”.
Folha de SP