Situação de Trump é ruim como a de Bolsonaro
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O futuro de Donald Trump parece cada dia mais embaçado — mas ele não joga a toalha, de olho na reeleição do ano que vem. Diz ser vítima de caça às bruxas, alega injustiça, choraminga e segue em frente. O ex-presidente já foi acusado formalmente três vezes no âmbito federal, virou réu, e nada o impede, caso retorne para a Casa Branca, de dar uma canetada de modo a anistiar a si mesmo. Está na lei, embora muitos especialistas ponham em dúvida essa possibilidade. Na semana passada, contudo, brotou uma péssima notícia para ele. Trump foi denunciado pela promotoria distrital de Fulton, na Geórgia, por desrespeitar normas estaduais na tentativa de reverter o resultado do pleito de 2020, vencido pelo democrata Joe Biden. O rolo: suposta formação de uma organização criminosa e corrupta. O problema: ao contrário dos processos movidos pela federação, como o dos documentos secretos guardados em Mar-a-Lago, na Flórida, e o do motim no Capitólio, em Washington, o mandachuva não tem como mexer seus pauzinhos na Justiça estadual. Para piorar a situação, há fogo amigo de inimigo íntimo. Em seu depoimento, o ex-governador georgiano, o republicano Geoff Duncan, bateu pesado no colega de partido. “Queremos ganhar a eleição em 2024, e não pode ser com Donald Trump”, disse depois de jurar diante dos oficiais. Duncan não poderia ter sido mais claro nas declarações oficiais: as acusações de Trump, de fraude na hora do voto, foram baseadas em tolas mentiras, em manipulação da boa vontade dos eleitores. Faz lembrar algum outro lugar do mundo.