Vasques pode ser submetido a acareação na CPMI

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Foto: Blog do Minard

 

A relatora da CPMI do 8 de Janeiro, Eliziane Gama (PSD-MA), defendeu que Silvinei Vasques seja reconvocado a depor na comissão após o ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) ser preso em uma operação da Polícia Federal hoje.

A relatora disse que a cúpula da CPI deve avaliar e apresentar o requerimento de reconvocação. “Espero que haja uma nova deliberativa em pouco tempo, e nela faremos a apresentação dos novos requerimentos, entre eles o pedido de reconvocação do Silvinei e outros pedidos de acareação”, disse Eliziane em uma coletiva de imprensa no Senado na manhã de hoje.

A senadora também mencionou uma possível acareação entre Silvinei e algum membro da PRF no Nordeste, de “segundo escalão”, para comparar as versões a respeito do possível direcionamento de policiais para blitze, no dia do 2º turno das eleições, em regiões em que o então candidato Lula (PT) havia sido mais votado no 1º turno.

A CPI deve pedir o compartilhamento das informações do inquérito ao STF. A senadora explicou que a solicitação ainda não foi feita porque existem diligências em curso.

Uma outra acareação envolvendo Anderson Torres e o ex-superintendente da Polícia Federal na Bahia, Leandro Almada, também está no radar da CPI, complementou a senadora, devido a um suposto mapa, apresentado em uma reunião com os dois, com os locais em que Lula tinha sido mais votado.

Segundo a PF, integrantes da PRF supostamente direcionaram recursos para dificultar o trânsito de eleitores em 30 de outubro, dia do segundo turno das eleições, sobretudo no Nordeste.

Os investigados podem responder por prevaricação e violência política, além dos crimes de impedir ou embaraçar o exercício do voto e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato.

Na véspera das eleições, Vasques pediu votos para Bolsonaro nas redes sociais.

Silvinei se contradisse, citou dados errados e foi confrontado por senadores e deputado federais. Primeiro depoente da comissão, como testemunha, ele deixou o cargo em dezembro e hoje também é réu na Justiça por improbidade administrativa devido às blitze da PRF no segundo turno das eleições, sobretudo no Nordeste, conforme revelou o UOL.

Entre as falas com dados errados, o ex-diretor afirmou equivocadamente que, “no Nordeste, junto com o Norte, foi o lugar onde a polícia menos realizou fiscalização [no dia do segundo turno]”. Documento interno da corporação obtido pelo UOL apontou que o efetivo extra foi usado principalmente em regiões do Norte e Nordeste, em redutos eleitorais de Lula.

Silvinei disse na CPMI que uma ação coordenada para impedir a votação seria impossível. “Temos 13 mil policiais, grande parte dos nossos policiais também eram eleitores do presidente Lula. Além disso, é um crime impossível, que não ocorreu, não tem como”, disse. “Como falaríamos com 13 mil policiais explicando essa forma criminosa sem ter uma conversa de WhatsApp, Telegram, sem uma reunião, sem nenhum email enviado?”, questionou.

Uol