Wassef mente antes de depor à PF
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O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, afirmou que “nunca voltou atrás” sobre a recompra do relógio Rolex, dado por autoridades sauditas ao governo brasileiro.
Wassef é investigado pela Polícia Federal por suposto envolvimento no esquema de desvio e venda de joias da Presidência. Ele presta hoje depoimento por ter recomprado o Rolex, vendido por auxiliares de Bolsonaro nos Estados Unidos. Sua oitiva é por videconferência, na sede da Polícia Federal em São Paulo, onde rebateu as acusações.
Estou absolutamente tranquilo. Jamais cometi irregularidade ou ilícito.
Frederick Wassef fala à imprensa
Jamais mudei de versão, jamais voltei atrás.
Outros sete investigados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua mulher, Michelle, depõe ao mesmo tempo em Brasília. A estratégia é para evitar que as versões dos fatos sejam combinadas com antecedência.
Em 13 de agosto, após ser alvo de operação da PF, Wassef classificou o caso como “total armação” e negou qualquer papel no esquema de venda de joias. Ele não citou o “resgate” do Rolex nos Estados Unidos, uma operação sigilosa conduzida por aliados de Bolsonaro.
Ele mudou de tom na segunda-feira (15), quando admitiu a recompra do relógio com a intenção de devolvê-la às autoridades. Segundo ele, a decisão foi pessoal e lícita.
A PF constatou que o Rolex foi recomprado por um preço mais alto após o TCU (Tribunal de Contas da União) ordenar a devolução dos presentes que Bolsonaro ganhou. O relógio integrava o kit de joias sauditas recebidas por Bolsonaro em uma viagem oficial em 2019.
Os investigados são suspeitos de usar a estrutura do governo brasileiro “para desviar bens de alto valor patrimonial por meio da venda desses itens no exterior”, conforme a PF.