Advogado de Bolsonaro diz que Cid não tem o que delatar
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A defesa de Jair Bolsonaro acredita que a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid só deverá envolver o ex-presidente no caso da falsificação de cartões de vacinas.
A expectativa é de que a Polícia Federal já tem provas de que de fato houve a adulteração de cartões de vacina em nome de Bolsonaro e sua filha mais nova, Laura. Nesse caso, há registros cuja existência o ex-ajudante de ordens da Presidência não poderia negar.
A Polícia Federal detectou que os dados falsos foram inseridos no sistema do Ministério da Saúde em dezembro do ano passado. Logo em seguida, a conta de Bolsonaro no aplicativo ConecteSus emitiu o comprovante de vacinação. Depois, o registro falso da vacina foi apagado.
A emissão aconteceu poucos dias antes da ida do ex-presidente aos Estados Unidos, onde ficou por três meses. Mesmo assim Bolsonaro pretende continuar negando qualquer envolvimento.
Advogados da equipe de Bolsonaro ouvidos pela coluna disseram acreditar que, nos outros casos envolvendo o ex-presidente, qualquer delação de Mauro Cid resultará apenas numa versão do tenente-coronel contra a versão do ex-presidente.
Se Mauro Cid disser, por exemplo, que foi Bolsonaro quem mandou ele vender e comprar de volta as joias presenteadas ao governo brasileiro pelo sheik da Arábia Saudita, bastará o ex-presidente negar. Ficará a palavra de um contra a de outro.
O advogado Fabio Wajgarten vai mais além. Ele disse à coluna: “Confesso sinceramente que creio que não há nada o que delatar.”
Perguntado se Mauro Cid poderia dizer que foi Bolsonaro quem mandou ele negociar as joias nos Estados Unidos, Wajgarten respondeu: “Nunca mandou. Isso eu asseguro!”