Lula denúncia fake news de Alexandre Garcia

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Foto: Reprodução

O governo do presidente Lula (PT) acionou a AGU (Advocacia-Geral da União) para investigar o jornalista Alexandre Garcia por ter divulgado informações falsas sobre as enchentes no Rio Grande do Sul, que já deixaram ao menos 47 mortos até agora.

Ao mesmo tempo, o governo vem se esquivando de comentar por que Lula não visitou ainda o Rio Grande do Sul desde o início das enchentes.

Lula vem sendo criticado no estado por não ter visitado ainda as cidades atingidas pelas chuvas, crítica na qual os petistas repetiam em situações semelhantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O anúncio da entrada da AGU no caso, para investigar o jornalista, foi feito pelo próprio advogado-geral da União, Jorge Messias, em uma conta em rede social.

“Determinei à Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia a imediata instauração de procedimento contra a campanha de desinformação promovida pelo jornalista. É inaceitável que, nesse momento de profunda dor, tenhamos que lidar com informações falsas.

Alexandre Garcia sugeriu no canal da revista Oeste que a enchente teria sido causada pela abertura de comportas de usinas hidrelétricas no Rio Grande do Sul, de maneira deliberada.

O jornalista disse que essas represas de pequeno porte foram construídas durante os primeiros mandatos do governo do PT e que todas as três teriam sido acionadas para abrir as comportas ao mesmo tempo.

Não há, porém, nenhum indício sobre a veracidade da relação feita pelo jornalista.

O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Paulo Pimenta, acrescentou que, além da AGU, a Polícia Federal também seria acionada para investigar a disseminação da informação mentirosa.

“Agora também não pode aceitar é uma disputa de narrativa, que infelizmente se constituiu na região, como se o governo estivesse ausente. Ontem tivemos que acionar a Polícia Federal, porque primeiro pela quantidade de fake news mentirosas, disseminadas”, afirmou o ministro, em entrevista à CNN.

Sem mencionar nominalmente Alexandre Garcia, Pimenta também citou que uma pessoa conhecida estava propagando fake news, citando o caso da abertura de comportas de usinas hidrelétricas.

“Vocês imaginem localidades sem internet, pessoas sem comunicação e os seus parentes e seus amigos começam a receber uma informação mentirosa, criminosa, de que teria havido uma ação deliberada de abrir comportas [e] que isso poderia causar uma nova inundação.”

“Isso é uma ação criminosa, uma fake news criminosa. Tivemos que acionar a AGU, a Polícia Federal que não podemos permitir que pessoas sem escrúpulos se utilizem da tragédia”, completou.

Pimenta, por outro lado, evitou dar mais explicações sobre a ausência do presidente Lula nos municípios que foram atingidos. Em tragédias anteriores, como no litoral de São Paulo e no Maranhão, o mandatário esteve presente ou sobrevoou a região.

Lula estava na semana passada atuando para destravar a reforma ministerial, que abriu espaço para a entrada do centrão no governo.

A quarta-feira (6), por exemplo, foi destinada para receber no Palácio da Alvorada a ministra demitida do Esportes, Ana Moser, e os parlamentares que vão integrar o governo, André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).

No dia seguinte, participou da cerimônia de 7 de Setembro e na sequência embarcou para a Índia, para participar da reunião de cúpula do G20.

“Se for necessário [o presidente vai]. Tem previsão de chuva para amanhã e depois. Se for necessário, o presidente com certeza estará no Rio Grande do Sul como pode estar em qualquer outro lugar em que a presença dele seja indispensável”, afirmou Pimenta, brevemente, ao ser questionado sobre a ausência de Lula.

O ministro acrescentou que, por determinação de Lula, os ministros do governo estavam de prontidão e estão atuando desde a segunda-feira (4) para amenizar o impacto da passagem do ciclone, inclusive visitando a região. Acrescentou que a prioridade no momento é salvar vidas e dar condições mínimas para as pessoas atingidas.

Folha