Lula nomeia outra mulher negra
Foto: Ricardo stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu uma advogada negra para uma das duas vagas abertas na Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República. A nomeação de Marcelise de Miranda Azevedo, de 49 anos, deverá ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 5. Segundo interlocutores do Planalto, a jurista já foi informada pela Subsecretaria de Assuntos Jurídicos da Presidência da República.
Com a escolha de Marcelise, Lula tenta amenizar a insatisfação de grupos progressistas que pedem uma mulher negra no Supremo Tribunal Federal (STF) e reclamam da atuação conservadora do recém-empossado ministro Cristiano Zanin. Na mesma linha de estratégia, o presidente escolheu uma mulher para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Mais uma bela nomeação do Presidente Lula. Marcelise fará um grande trabalho na Comissão de Ética. É uma jurista muito combativa é muito respeitada. Mais um passo para o sistema de justiça pelo qual todos estamos lutando… Mais diverso e inclusivo. Dia de festa!”, afirmou o advogado Mauro Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, à Coluna do Estadão.
Marcelise é graduada em direito pelo Ceub e possui pós-graduações em direitos do trabalho e previdenciário na Universidade Presbiteriana Mackenzie e na Escola Paulista de Direito. Hoje integra o Coletivo Juristas Negras, a Coalizão Nacional de Mulheres e o Grupo Prerrogativas.
Marcelise também é sócia do advogado e ex-presidente da Comissão de Ética Pública Mauro Menezes. “Eu estive hoje no encontro entre o presidente Lula e Marcelise, e foi um momento muito positivo. Ele [Lula] prestigiou muito, se emocionou. Agora é trabalhar, agir com prudência e firmeza – tenho certeza que ela reúne todos os atributos necessários”, afirmou ele.
A Comissão de Ética Pública é composta por sete membros. Com a nomeação de Marcelise, Lula terá nomeado quatro conselheiros. No início do ano, o presidente da República destituiu três membros, num ato sem precedentes, que haviam sido indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O caso foi parar no STF.
A jogada de Lula ocorreu após o Estadão revelar que a Comissão de Ética Pública favoreceu ex-ministros bolsonaristas.