MPF investiga mulher negra por ‘racismo’ contra brancos

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) vai investigar a conduta de Marcelle Decothé da Silva, ex-assessora da ministra Anielle Franco que foi exonerada após criticar a torcida do São Paulo na final da Copa do Brasil, no último domingo.

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O subprocurador-geral, José Carlos Cosenzo, encaminhou o caso para o Fórum Criminal da Barra Funda. O promotor de Justiça com atribuição vai examinar e tipificar a conduta de Marcelle, ou seja, adequar ao crime específico que ela supostamente teria cometido. Depois disso, a ex-assessora será investigada e serão reunidas provas — neste caso, principalmente as mídias onde foram publicadas as falas dela contra são-paulinos.

Marcelle foi alvo de uma série de representações de deputados federais e estaduais. Entre eles, aliados de primeira ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o deputado Gil Diniz (PL-SP), conhecido como “carteiro reaça”, que acusa a ex-assessora de crime de racismo.

Entenda o caso

No último domingo, durante a final da Copa do Brasil, Marcelle publicou em seu Instagram críticas à torcida do São Paulo.

“Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade”, escreveu ela, usando a linguagem neutra. Depois, ainda acrescentou: “Pior, tudo de pauliste”, em fala vista como xenofóbica.

A assessora especial foi exonerada. Em nota, o ministério afirmou que as declarações de Marcelle nas redes sociais “estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do MIR”. A pasta informou ainda que o caso será investigado pelo Comitê de Integridade, Transparência, Ética e Responsabilização para “prevenir ocorrências que contrariem os princípios norteadores da missão do ministério”.

A polêmica não foi a única envolvendo a ministra da Igualdade Racial. Anielle foi também criticada por viajar de Brasília a São Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

O Globo