Nasa estuda asteróide que pode colidir com a Terra
Foto: NASA/AFP
A agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, informou nesta segunda-feira, 25, que conseguiu obter amostras de uma rocha espacial conhecida como “a mais perigosa do Sistema Solar”. Os detritos foram trazidos para a Terra por meio de uma cápsula, que pousou no deserto americano do estado de Utah, e agora cientistas planejam aprender mais sobre o objeto. As amostras foram coletadas em 2020 na superfície do asteroide Bennu, que tem uma chance remota de atingir a Terra nos próximos 300 anos, por meio da espaçonave Osiris-Rex. Com o material, a Nasa espera ainda obter novas informações sobre a formação do Sistema Solar, há 4,6 mil milhões de anos, e possivelmente até sobre como a vida começou no universo. O pouso aconteceu nas terras desérticas pertencentes ao Departamento de Defesa americano em Utah, na manhã desta segunda-feira. O contêiner, do tamanho de um pneu de carro, penetrou a atmosfera sobre o oeste dos Estados Unidos a mais de 432 mil km/h, mas um escudo térmico e um paraquedas retardaram sua descida, fazendo com que atingisse a superfície terrestre suavemente.
“Esta pequena cápsula cumpriu sua tarefa”, disse Tim Priser, engenheiro-chefe da fabricante aeroespacial Lockheed Martin. “Ela pousou como uma pena.” Ao recuperar a cápsula do deserto, três anos após a coleta do material, alguns dos funcionários da Nasa se emocionaram com a operação. “Chorei como um bebê quando ouvi que o paraquedas havia aberto e que íamos fazer um pouso suave”, disse Dante Lauretta, principal cientista da espaçonave Osiris-Rex. “Foi um momento avassalador para mim. É uma conquista surpreendente.”
Os cientistas estimam que a carga tenha cerca de 250 gramas. Apesar de não parecer muita quantidade, é mais do que o suficiente para os tipos de testes que as equipes da Nasa querem fazer, já que é possível fatiar e mapear grão por grão em nanoescalas, e depois analisar as minúsculas partículas com uma resolução muito alta.
Porém, os especialistas também estão sendo cautelosos com o material. Se, como pensam os investigadores, a amostra conter compostos de carbono que podem ter estado envolvidos na criação da vida, então é necessário evitar a todo custo a mistura do material rochoso com a química atual da Terra.