OAB se diz envergonhada por advogados bolsonaristas
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A atuação dos três advogados dos réus condenados pelos ataques à democracia no dia 8 de janeiro causou constrangimento dentro da Ordem dos Advogados do Brasil.
Integrantes da cúpula da OAB admitem que as sustentações protagonizadas por colegas de classe fogem completamente ao manual da defesa técnica e, de tanta polêmica, voltaram a suscitar um debate sobre a limitação de operadores do direito autorizados a atuar em cortes superiores, como acontece em alguns países.
Dois advogados de réus do 8/1 chegaram a fazer ataques diretos a integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Um deles ainda ironizou a vacinação da população, e o outro espalhou fake news já amplamente desmentida sobre o ministro Luís Roberto Barroso da tribuna da Corte.
A terceira defensora, uma mulher, chegou a chorar na tribuna após se queixar de que a advocacia não havia sido especialmente cumprimentada no início dos trabalhos.
A presidente do Supremo, Rosa Weber, pronunciou um bom dia a todos e a todas, mas aparentemente não foi o suficiente.
Além disso, os três advogados ocuparam a tribuna para falar de si, suas aspirações, reduzindo o tempo de defesa de seus clientes, todos condenados, depois, a penas que superam 14 anos de prisão.
O advogado do réu Thiago de Assis Mathar, que viralizou por confundir “O Pequeno Príncipe” com “O Príncipe”, de Maquiavel, também fez referência a um personagem bíblico erroneamente. Chamou Pôncio Pilatos de “Afonso Pilatos”.
A tese de restringir a lista de advogados autorizados a falar em cortes superiores é polêmica, divide a categoria e não encontra hoje espaço para prosperar. Mas voltou a ser debatida.