Bolsonarista “deixa cair” celular na cabeça de senadora
A CPMI do 8 de Janeiro tinha terminado, quando um grupo de governistas decidiu sair em marcha pelo Congresso. Estavam radiantes com a aprovação do texto final que propõe o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 60 pessoas. Mas a festa governista acabou quando um assessor do deputado Carlos Jordy (PL-RJ) decidiu confrontar o grupo.
O assessor parlamentar Rodrigo Duarte Bastos aderiu à marcha governista e, aos gritos, passou a cobrar de deputados e senadores em relação aos ataques terroristas do Hamas em Israel. Bastos filmava e gritava que os parlamentares governistas classificam os membros do Hamas como militantes. “O povo do Hamas é terrorista. Terroristas, terroristas!”, dizia o assessor. O assessor é lotado no gabinete de Jordy e tem salário de R$ 1.300.
O tumulto se instalou no momento em que o celular de Bastos caiu na cabeça da senadora Soraya Thronickie (União Brasil-MS) após o assessor levar um tapa na mão do deputado Rogério Correia (PT-MG).
Ao ser atingida, a senadora passou a ordenar: “pega esse cara, pega essa cara, atingiu a minha cabeça”. A senadora não viu que o celular havia caído em sua cabeça por conta do tapa do deputado petista no aparelho.
Alegando que estava sob ameaça dos governistas, o assessor saiu em disparada pelos salões e corredores do Congresso indo até os anexos da Câmara. A reportagem o acompanhou durante todo o trajeto.
O assessor já chegou a ser denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por dar socos e pontapés na cabeça de um homem por causa de uma suposta dívida de R$ 40 mil.
“Assisti ao vídeo. Não houve agressão. Ele estava filmando e gritando e o deputado Rogério Correia bateu em sua mão para retirar seu celular, que acabou caindo na cabeça da senadora Soraya. Contudo, como já afirmei, a conduta é incompatível com a de um assessor parlamentar e sua exoneração já foi determinada”, completou.
Estadão