Só precisa de “nova chance” quem erra

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Só precisa de “nova chance” quem erra

Eduardo Guimarães

Conheço o Felipe Nunes de outros carnavais. Eu e o hoje diretor do instituto de pesquisas Quaest militamos por alguns anos em um grupo de Telegram; éramos “Os Carbonários”. O que sei dele é que é um homem progressista e correto.

Não conheço, porém, o Banco Genial, que patrocina o Instituto Quaest. Só sei que é um banco…

Seja como for, não entendi a última pesquisa desse instituto. “O presidente Lula merece uma nova chance?”, diz a pergunta que encabeça a sondagem. Que diabo de pergunta é essa? Aliás, é pergunta ou acusação?

E por que a pesquisa foca prioritariamente na reeleição do Lula e não na eleição de 2026 como um todo?

Em resposta à acusação travestida de pergunta, 55% dizem que Lula “não merece” uma nova chance. A imprensa corporativa, que anda procurando um “bolsonarista civilizado” pra chamar de seu, deu ênfase a manchetes sobre a pesquisa usando a pergunta acusatória como mote. Esqueceu, porém, de citar que 54% tampouco querem dar “nova chance” a Bolsonaro.

A pesquisa também perguntou quem era o melhor nome para enfrentar Lula e se o eleitor votaria em Tarcísio de Freitas — o novo governador “tucano” da mídia paulista — se Bolsonaro o apoiasse. Os entrevistados deram 47% para Lula e 40% para Tarcísio/Bolsonaro.

Tudo somado, o resultado da pesquisa, basicamente, é o de que Lula venceria qualquer adversário por confortáveis 7 pontos percentuais de vantagem se a eleição fosse hoje, e que ele tem rejeição menor que a de Michelle Bolsonaro – ele tem 49% e ela 50%.

Nada mal para uma segunda-feira sem muito assunto.