Apoio de Bolsonaro a violência policial irrita Congresso

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Foto: Sérgio Lima/Poder360

A insistência do presidente Jair Bolsonaro de pautar no Congresso Nacional o chamado excludente de ilicitude já causa forte contrariedade entre integrantes das cúpulas da Câmara e do Senado.

Dessa vez, Bolsonaro comunicou o envio de um projeto de lei específico para isentar de punição militares e policiais que cometerem excessos durante operações de garantia da lei e da ordem (GLO).

Sendo que, recentemente, a própria Câmara já tinha descartado a análise do chamado excludente de ilicitude no grupo de trabalho que analisava o pacote anticrime. Para líderes da Câmara, esse tema está longe de um consenso.

De forma reservada, esses líderes avaliam que foi um erro o presidente ter feito o anúncio desse projeto durante o lançamento do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente pretende criar.

“Essa é uma pauta de governo ou partidária?”, questionou um líder com trânsito no Palácio do Planalto. “É um erro insistir em pautas que dividem o Congresso. O governo já tem um desafio enorme para aprovar as reformas econômicas que foram enviadas por PECs [propostas de emenda à Constituição]. É preciso foco. Caso contrário, não aprova nada”, alertou.

Esse projeto é uma promessa de campanha de Bolsonaro. Mas parlamentares não gostaram da condição imposta pelo presidente de só enviar forças da GLO para os estados se o excludente de ilicitude for aprovado. A avaliação é que não dá para negociar com a “faca no pescoço”.

O presidente tem insistido no tema para atender o seu eleitorado e também a pressão interna das Forças Armadas. Integrantes do Exército ouvidos pelo blog argumentam que os militares são formados para o combate. E, não, para o policiamento.

“É preciso ter uma garantia legal para executar essa missão”, argumentou ao blog um general da reserva. “É preciso debater esse tema”, completou.

G1