Ex-presidente do Paraguai pede para ser investigado

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Foto: Ronen Zvulun/Reuters

O ex-presidente paraguaio Horácio Cartes, alvo de prisão preventiva decretada pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, pediu ao Ministério Público de seu país nesta segunda-feira, 25, para ser investigado e julgado no Paraguai.

O mandatário entre 2013 e 2018 foi alvo da Operação Patrón, desdobramento da Lava Jato que apura esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o doleiro Dario Messer, a quem Cartes teria ajudado a fugir.

No documento enviado à Procuradoria-Geral pelo advogado Pedro Ovelar, Cartes defende que, como o crime atribuído a ele foi cometido no Paraguai, a investigação e julgamento também deveriam ser feitos no próprio país, “em virtude do princípio da territorialidade”.

“Eu me apresento e me coloco à disposição do Ministério Público para que… os fatos e comportamentos atribuídos à minha pessoa sejam investigados e julgados”, escreveu Cartes.

A Interpol emitiu um alerta vermelho pelo ex-presidente. Na sexta-feira 22, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) negou um pedido de habeas corpus de Cartes no Brasil.

A lei do Paraguai prevê o título de senador vitalício a presidentes que terminem o mandato, mas políticos e juízes apontam que o foro só vale para senadores eleitos. Cartes também foi eleito senador, mas não assumiu o cargo, portanto a validade do foro para seu caso não está clara, ainda que sua defesa argumente que ele está protegido pela imunidade parlamentar.

Investigações

De acordo com o Ministério Público brasileiro, em junho de 2018, quando estava foragido, Messer mandou uma carta ao ex-presidente do Paraguai pedindo 500.000 de dólares para cobrir gastos jurídicos. Na carta, teria dito a Cartes que precisava “de seu apoio de sempre”.

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