Pesquisa indica que brasileiros não temem coronavírus
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Um estudo sobre o comportamento dos brasileiros nas redes sociais em publicações sobre o novo coronavírus mostra que há mais memes do que mensagens de preocupação e medo.
O novo coronavírus deixou 78,8 mil pessoas infectadas na China e matou cerca de 2,8 mil, já tendo se espalhado por diversos países.
A pesquisa foi feita pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DAPP/FGV) entre os dias 15 de janeiro, quando o surto começou a tomar maiores proporções na China, e esta quinta-feira, 27, considerando as reações na web sobre o Covid-19. Foram contabilizadas 3,3 milhões de menções à doença no Twitter, e o Brasil apareceu em quarto lugar como o país que mais comentou o assunto. Por aqui, houve um aumento considerável de posts no dia 26, quando foi confirmado o primeiro caso.
O levantamento indicou que, no Twitter, 34% das interações dos brasileiros, são publicações irônicas, com memes e associações ao carnaval, e 17% são tuítes de notícias.
Segundo a FGV, o fato de o primeiro caso do coronavírus confirmado no Brasil ter ocorrido durante o carnaval potencializou a criação de piadas, em mais de 20% das interações nas redes, sobre o contágio durante a folia ou sobre a resistência do brasileiro à doença, após a crise da água no Rio, o consumo de bebidas alcoólicas, as greves de policiais e os problemas habituais de saneamento no país.
Por outro lado, os posts relacionados à possibilidade de um rápido contágio, ao medo de se infectar ou à necessidade de maior precaução, seja por usar máscaras ou evitar aglomerações, foram equivalentes a apenas 10% do total observado.
Em publicações desse tipo apareceram também menções ao carnaval como um facilitador da propagação da doença. Foram observados também posts destacando a queda no investimento em pesquisas científicas no país e questionamentos sobre a capacidade de se combater do coronavírus por aqui.
Já a polarização política, entre direita e esquerda, que às vezes ganha amplitude no microblog, não apresentou números significativos neste assunto. Dessa forma, o perfil do governo mais influente sobre o coronavírus foi o do Ministério da Saúde (representado pela cor azul no gráfico), referente a 8%. A conta no Twitter do ministro da Saúde, Luiz Mandetta, também registrou impacto neste tema.