Enfermeiros esperam que luta resulte em piso salarial
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Profissionais de enfermagem querem aproveitar o momento em que a categoria está em destaque por ser essencial na linha de frente contra a Covid-19 para retomar a luta no Congresso pela regulamentação de um piso salarial nacional para a categoria.
“Essa é uma bandeira histórica nossa”, diz o presidente do Conselho Regional de Enfermagem de SP (Coren-SP), Cláudio Luiz da Silveira. “[Atualmente] o piso é estipulado pelos sindicatos”, afirma. Segundo ele, há vários projetos de lei sobre o assunto tramitando no Parlamento.
Na terça (12), Dia do Enfermeiro, mais um foi protocolado. De autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), o texto propõe piso de R$ 7.315 mensais a enfermeiros, e 70% e 50% desse valor, respectivamente, para técnicos e auxiliares de enfermagem. O Senado abriu consulta pública sobre este projeto em seu site.
“O mote que usam para não aprovar [projetos anteriores] é o fato de a categoria ser muito grande”, diz Silveira, que contabiliza 2 milhões de profissionais do setor no país. “Acham que o custo de aprovar essas matérias causaria um estrago econômico grande, nas santas casa principalmente”, acrescenta.
plantão “A enfermagem agora se tornou mais visível [em meio à pandemia], mas sempre foi importante”, diz Silveira.
Para o presidente do conselho federal da categoria, Manoel Neri, o momento é propício para o debate. “A questão dos baixos salários interfere inclusive na qualidade do trabalho”, argumenta ele.
“É comum que profissionais trabalhem em mais de um emprego por conta do baixo salário. Imagina nesse tempo de pandemia o desgaste que eles estão passando. Plantão em um lugar para sair e ir dar mais plantão. Isso favorece o estresse, o desgaste emocional. Prejudica a segurança deles e contribui para erros.”