Confira o organograma da orcrim das fake news
Veja em imagens quem são os alvos da operação contra o “gabinete do ódio”, deflagrada nesta quarta-feira, 27, pela Polícia Federal, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como alvo um grupo bolsonarista de deputados, empresários e aliados. No despacho foram feitos diagramas que mostram quais as conexões deles com perfis de redes sociais usados para espalhar falsas notícias na internet, sob investigação.
O ministro determinou o cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a empresários, políticos e blogueiros aliados do presidente Jair Bolsonaro. Os mandados são cumpridos pela PF em seis Estados – Brasília, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e São Paulo.
Documento
- ORDEM DO STF PDF
Moraes determinou também que seis deputados federais e dois deputados estaduais sejam ouvidos no âmbito do inquérito das fake news. O inquérito, aberto por ordem do STF, apura ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes da Corte e seus familiares. As oitivas devem ser realizadas em até dez dias.
A decisão do ministro do STF é do dia 26. Nela constam imagens das contas de rede social dos investigados, e as contas usadas pelo chamado “gabinete do ódio”, para espalhar as “fake news”. Veja quem são os alvos e quais os perfis de redes seguidos por eles.
QUEM SÃO:
Deputados que serão ouvidos
Federais
- Beatriz Kicis (PSL- DF)
- Carla Zambelli (PSL-SP)
- Daniel Lúcio da Silveira (PSL-RJ)
- Filipe Barros Baptista de Toledo Ribeiro (PSL-PR)
- Geraldo Junio do Amaral (PSL-MG)
- Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PSL-SP)
Estaduais
- Douglas Garcia Bispo dos Santos (PSL-SP)
- Gil Diniz (PSL-SP)
Alvos de buscas na manhã desta quarta, 27
Em Brasília:
- Allan dos Santos – blogueiro do site bolsonarista Terça Livre
- Sara Winter – ativista bolsonarista
- Winston Rodrigues Lima – capitão da reserva e youtuber
No Rio de Janeiro:
- Paulo Gonçalves Bezerra – endereços em Campo Grande, Volta Redonda e Itaguai
- Reynaldo Bianchi Junior
- Roberto Jefferson Monteiro Francisco – presidente do PTB
Em Santa Catarina:
- Luciano Hang – três endereços, dois em Brusque e um em Balneário Camboriú
No Paraná:
- Bernardo Pires Kuster – endereços em Ibiporã e Londrina
- Eduardo Fabres Portella
Mato Grosso:
- Marcelo Stachin
Em São Paulo:
- Edgard Gomes Corona – dois endereços em São Paulo
- Edson Pires Salomão – alvo de buscas no endereço do gabinete do deputado Douglas Garcia, na Alesp
- Enzo Leonardo Suzi Momenti
- Marcos Dominguez Bellizia – dois endereços em São Paulo
- Otavio Oscar Fakhoury – três endereços em São Paulo
- Rafael Moreno
- Rodrigo Barbosa Ribeiro – dois endereços em Araraquara e endereço no endereço do gabinete do deputado Douglas Garcia, na Alesp
Crimes. O inquérito 4.781 foi aberto no dia 14 de março de 2019, por portaria assinada pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, e trata de ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes da Corte e seus familiares. As apurações já atingiram ao menos 12 pessoas, entre deputados federais, estaduais e empresários bolsonaristas.
Como os repórteres Rafael Moraes Moura e Felipe Frazão mostraram, doze perfis com prática sistemática de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) nas redes sociais já foram mapeados pelo inquérito. O Estado também revelou que o inquérito do Supremo já identificou empresários bolsonaristas que estariam financiando um “bombardeio” virtual contra ministros do tribunal. A investigação corre sob sigilo e deve ser concluída ainda neste semestre, quando seguirá para o Ministério Público.
Crimes. Na avaliação de Alexandre de Moraes, as provas colhidas na investigação apontam “sérios indícios” de que o grupo praticou os crimes de calúnia, difamação, injúria, associação criminosa e contra a segurança nacional.
“Essas tratativas ocorreriam em grupos fechados no aplicativo de mensagens Whatsapp, permitido somente a seus integrantes. O acesso a essas informações é de vital importância para as investigações, notadamente para identificar, de maneira precisa, qual o alcance da atuação desses empresários nessa intrincada estrutura de disseminação de notícias fraudulentas”, apontou Alexandre de Moraes.
Estadão