Violência nos EUA choca e assusta o mundo
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Sob o título “Mundo alarmado pela violência nos EUA”, New York Times e outros, com Associated Press, reportaram como diferentes jornais, do chinês Global Times ao italiano Corriere della Sera, vêm reagindo às cenas dos últimos dias.
“Nações ao redor do mundo assistem em horror”, começa o texto, que destaca o alemão Bild. Abrindo foto na capa de domingo, com a manchete “Este é o policial assassino que incendiou a América”, o tabloide de Berlim vê “cenas de guerra civil”.
A conflagração já ecoa na disputa geopolítica. O South China Morning Post, ao manchetar o plano de Trump de criar “um bloco anti-China” a partir do G7, destacou que “o soft power e a liderança dos EUA foram danificados”.
O próprio encontro do G7 nos EUA foi “adiado após Angela Merkel dizer que não atenderia”, noticiou o NYT na home. O site Politico havia antecipado a informação, detalhando que a chanceler alemã e Trump, em conversa, “discordaram acaloradamente” sobre temas como a China.
O serviço de notícias da Alemanha, Deutsche Welle, reportou que, antes mesmo da violência, “Coronavírus torna alemães mais críticos dos EUA”. Segundo pesquisa Kantar, “73% dizem que sua opinião dos EUA deteriorou” e “só 37% querem laços mais próximos”, contra 50% em setembro.
O Wall Street Journal cobre de perto, nas últimas duas semanas, o afastamento entre Alemanha e EUA –e a aproximação da primeira com a China.
Destacou que Pequim “mantém montadoras alemãs em alta velocidade”, com recuperação nas vendas, que VW e outras vão investir bilhões no país e até que dois aviões cheios de executivos alemães partiram para a China.
Por outro lado, “Embaixador dos EUA na Alemanha vai sair” após dois anos de confrontos com Merkel.
Com chamada na home, coluna no Financial Times alerta que “Nós podemos estar entrando num mundo pós-dólar”.
Em suma, “China e outros emergentes, assim como alguns países ricos como a Alemanha, adorariam se afastar do domínio do dólar, desejo acentuado pelo uso cada vez maior das finanças como armamento”, referência às sanções. Destaca movimentos não só da China, mas da União Europeia.
Jair Bolsonaro tentou faturar via Twitter a ameaça de Trump contra os “terroristas” nos EUA, mas foi João Dória quem enfiou o país no noticiário da revolta. Por Washington Post, com AP, a polícia paulista correu mundo “mirando o grupo anti-Bolsonaro” —e ganhou apoio do governador também via Twitter.