PF no Pará mira dois inimigos de Bolsonaro
Foto: Agência O GLOBO
Num país em que se desvia dinheiro até de merenda escolar, não é surpresa que haja suspeita de corrupção na compra de respiradores.
Todos os indícios de fraude devem ser apurados com rigor. Mas também é preciso ter cautela com o risco de uso político da Polícia Federal.
A operação deflagrada no Pará nesta quarta-feira atinge dois rivais do bolsonarismo. O principal é o governador Helder Barbalho (MDB), que faz oposição ao Planalto.
O secretário estadual de Saúde, Alberto Beltrame, também é visto como um desafeto do governo federal. Ele tem encabeçado as críticas dos estados à militarização do Ministério da Saúde.
Há duas semanas, a PF fez buscas na residência oficial do governador do Rio, Wilson Witzel, outro adversário político de Jair Bolsonaro.
Na véspera, a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) antecipou à Rádio Gaúcha que haveria operações policiais contra governadores.
Nesta quarta, a deputada festejou a ação na casa de Barbalho. “COVIDÃO NO PARÁ!”, tuitou, com letras maiúsculas e exclamação.