USP diz que “a pele pode enxergar”

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Foto: Divulgação/Marcos Santos/USP Imagens/VEJA

Um novo estudo da USP revelou uma funcionalidade do sistema fotossensível de melanócitos que pode subsidiar avanços na compreensão de doenças que afetam a pele, incluindo o câncer do tipo melanoma.

O trabalho, entitulado “Melanopsina participa da modulação de proliferação, pigmentação, apoptose e relógio molecular dependente de radiação UVA em melanócitos normais e malignos”, publicado pelo jornal BBA – Molecular Cell Research, enaltece a pesquisa brasileira com o estudo da melanopsina (OPN4).

Com o intuito de avaliar a funcionalidade desta proteína, melanócitos normais e malignos foram editados pela técnica CRISPR, criando-se células que possuem a versão funcional e não-funcional dela. Estas células foram expostas à baixas doses diárias de radiação UVA.

Os achados do grupo liderado pelos professores Ana Maria de Lauro Castrucci e Carlos Frederico Martins Menck, ambos da USP, demonstraram que a melanopsina é um sensor de radiação UVA que participa do processo de pigmentação. Outro resultado é que melanócitos malignos que não possuem essa proteína funcional são resistentes à morte induzida pela radiação UVA.

Na prática, o trabalho demonstra que uma proteína tipicamente encontrada na retina, a melanopsina, atua como uma espécie de sensor da luz. Uma vez encontrada na pele, observou-se que ela participa de importantes processos fisiológicos, como a pigmentação e a morte celular programada (apoptose). É por isso que os pesquisadores da USP mostram no trabalho que a pele, assim como os olhos, também pode “enxergar”.

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