Prisão de secretário municia adversários de Doria
Foto: Reprodução/ Exame
O secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, pediu licença de 30 dias do cargo na gestão João Doria (PSDB) para se defender, depois de ter sido preso temporiamente ontem sob acusação de desvio de recursos públicos. Com o afastamento do secretário, Doria tenta minimizar os danos políticos à sua imagem e à de seu governo, que foram atingidas em cheio com a prisão de Baldy. O episódio serviu de munição para os opositores de Doria, como a família Bolsonaro, e está sendo usado para atacar o governador.
O governo levou doze horas desde a prisão de Baldy para anunciar o afastamento dele. Em nota divulgada de manhã, Doria disse que os fatos que levaram as acusações contra o secretário “não têm relação com a atual gestão” no governo paulista. “Portanto, não há nenhuma implicação na sua atuação na Secretaria de Transportes Metropolitanos. Na condição de governador de São Paulo, tenho convicção de que Baldy saberá esclarecer os acontecimentos e colaborar com a Justiça”, afirmou. Posteriormente, sob rumores de que Baldy seria afastado, Doria negou a informação em nota. À noite, o governo divulgou outro comunicado registrando o afastamento, e fez elogios à “competência, dedicação e postura idônea” do secretário.
A Secretaria dos Transportes Metropolitanos será comandada temporariamente pelo secretário-executivo, Paulo Galli.
Baldy foi preso por suspeita de fraudes em contratos da área de saúde nos períodos em que foi deputado federal por Goiás e ministro do governo Michel Temer. O secretário foi um dos alvos da Operação Dardanários, que apura um esquema entre empresários e agentes públicos para direcionar contratos públicos.
Doria passou por desgastes ao nomear outros políticos que também são alvos da Justiça. Escolhido para comandar a Casa Civil, o ex-ministro Gilberto Kassab (PSD) permanece licenciado do cargo durante toda a atual gestão, depois de ter sido alvo de uma operação da PF por suspeita de receber propina da JBS. Kassab nega irregularidades. O ex-senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) pediu demissão do cargo de presidente da Invest SP, agência de promoção de investimento, no segundo mês do governo. Nunes Ferreira foi acusado em operação da PF de receber propina da Odebrecht. O tucano também nega irregularidades.