Líder do governo tentará reverter reajuste para servidores
Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados
Em sua primeira semana como líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) enfrenta o primeiro teste de fogo nesta quinta-feira, com a tarefa de reverter derrota do governo que foi imposta ontem pelos senadores.
O parlamentar fará uma videoconferência com líderes da Câmara aliados do presidente Jair Bolsonaro para “tentar organizar a base” e manter o veto presidencial ao reajuste de salários de servidores. O encontro virtual está previsto para 11h, poucas horas antes da sessão do Congresso, marcada para 15h.
Durante a reunião, Barros quer alinhar uma estratégia com aliados para que os deputados mantenham o veto presidencial à medida que autoriza reajuste salarial para algumas categorias do funcionalismo público até o fim de 2021. O aval ao aumento de salários foi dado pelo Congresso durante a tramitação do pacote de socorro financeiro a Estados e municípios, mas foi vetado por Bolsonaro.
Para que o veto seja derrubado, é necessário o apoio de 257 deputados. Ontem, o Senado votou pela derrubada do dispositivo, o que surpreendeu negativamente o governo.
Diante do revés, aliados de Bolsonaro conseguiram que a análise pelos deputados fosse adiada para hoje, com o objetivo de organizar a base e reverter a derrota.
Segundo apurou o Valor PRO, serviço em tempo real do Valor, a expectativa de lideranças da Câmara, até mesmo entre os mais alinhados ao governo, é que o veto “dificilmente será mantido”.
Além da percepção de que senadores têm demonstrado mais “lealdade” ao Palácio do Planalto, parlamentares avaliam que, com a sinalização positiva do Senado aos servidores, os deputados ficariam intimidados com a possibilidade de tomar uma decisão impopular sozinhos.
Nos cálculos do Ministério da Economia, a derrubada do veto compromete uma economia fiscal entre R$ 121 bilhões e R$ 132 bilhões.
Após a votação pelos senadores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou o resultado e classificou a decisão como “um crime contra o país”.