Brasil registra 105 mil novas armas na pandemia
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Mesmo com a pandemia, mais de 105 mil novas armas foram registradas no Brasil entre janeiro e agosto deste ano, recorde para o período desde 2009, segundo a Polícia Federal. “Cidadãos” e servidores com prerrogativa registraram a maioria dessas armas (80%) em 2020. Como o crescimento no geral (registros para empresas, caçadores, lojas, órgãos públicos etc) já vinha ocorrendo, o que chama a atenção é o “cidadão” estar se armando. No mesmo período de 2019, foram 31 mil novas armas para a categoria. Agora, são mais de 70 mil.
Na já famosa reunião ministerial do dia 22 de abril, Jair Bolsonaro disse que, se as pessoas estivessem armadas, poderiam se insurgir contra o isolamento social: “Por isso eu quero que o povo se arme”.
Para Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, a fala do presidente legitima “o uso político das armas”. “O que tem de melhorar é a segurança pública nos Estados. Essa questão da legítima defesa significa apostar menos na polícia”, afirmou.
Segundo Carolina, além de o armamento não representar uma melhoria efetiva na segurança, se ele vier aliado a um discurso ideológico, pode incentivar o surgimento de “milícias políticas”.
O deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) refuta a crítica: “A Constituição proíbe grupos paramilitares. Ninguém está incentivando isso. Mas, sim, que o cidadão que queira e tenha condições possa comprar uma arma, para se proteger do caótico cenário na segurança pública”.
Foi por isso que Vitor Hugo apresentou um projeto de lei para facilitar ainda mais a aquisição de armas. Propõe acabar com a obrigação de comprovar “efetiva necessidade”.