Grandes empresas lucram com a pandemia
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A pandemia de Covid-19 deve fazer as 32 empresas mais rentáveis do mundo aumentarem seus lucros em 102 bilhões de dólares em 2020. O número é superior à media observada nos últimos quatro anos. O cálculo é da Oxfam, organização não governamental, que se dedica ao combate da desigualdade no mundo. O estudo destaca que o quadro contribui para o aumento da concentração de renda, já cerca de 400 milhões de pessoas, a maioria mulheres, perderam seus empregos desde março e correm o risco de serem empurradas para uma situação de pobreza.
De acordo com o FMI, a economia mundial deve retrair cerca de 5% em virtude da pandemia de coronavírus, oficialmente decretada em 11 de março.
As empresas que mais registraram aumento nos lucros durante o período fazem parte do ramo da tecnologia. O ranking é liderado pela Microsoft, que teve um acréscimo de 18,8 bilhões de dólares no balanço, seguido pela Intel (8,1 bilhões de dólares), Google (7,2 bilhões de dólares) e Facebook, (6,83 bilhões de dólares).
Também chama atenção a presença de companhias do ramo do varejo, como Walmart, cujo aumento foi de 6,6 bilhões de dólares e Amazon (6,41 bilhões de dólares).
Outro ramo que se beneficiou do atual contexto é formado pelas empresas farmacêuticas e de planos de saúde. A United Health apresentou 6,25 bilhões a mais no balanço, ao passo que a Merck teve 4,88 bilhões de dólares de lucro extra. Todas as empresas são americanas.
Para a Oxfam, o lucro poderia ajudar no combate ao coronavírus, que já vitimou quase 800 mil pessoas em todo planeta. “Os impactos econômicos desiguais da COVID-19 não são um fenômeno natural ou um acidente histórico. Eles poderiam ter sido abrandados e suas consequências arcadas em bases mais iguais”, diz o relatório.