Brasil se alia a fanáticos islâmicos contra mulheres
Foto: Wissam Nassar/Xinhua
O governo brasileiro não patrocinou uma resolução que será colocada à votação na ONU (Organização das Nações Unidas) para a proteção de mulheres e meninas em áreas de conflito ou crise humanitária. O Itamaraty ainda avalia se aliar a países islâmicos num esforço para esvaziar o texto.
O projeto de resolução deve ir à votação no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas entre terça-feira e quarta-feira e foi proposto por governos como o do Canadá, Uruguai e Suécia. Mas antes mesmo da votação, um total de 51 países se somaram aos autores da proposta.
Nos bastidores, governos tentam superar diferenças para permitir que o texto seja aprovado por consenso. As negociações devem se prolongar até o momento do voto. Mas o Brasil acenou que não irá se apresentar como um co-patrocinador.
As crises, aponta o texto, minam o acesso à Justiça para a população feminina. A resolução, portanto, insiste na necessidade de que governos assumam responsabilidades e indica que cabe aos países garantir o direito a uma resposta diante desses abusos.
O documento ainda aponta que governos precisam reconhecer que é de sua alçada assegurar que mulheres que tenham seus direitos violados possam também ter acesso aos mecanismos para remediá-los. Isso, na avaliação do texto, é uma “obrigação”.
A resolução ainda pede que a ONU monitore a situação e faça uma avaliação sobre como governos podem proteger o pleno direito de mulheres e meninas em situações humanitárias.
Procurado, o Itamaraty não explicou o motivo pelo qual não patrocinou o texto. Diplomatas em Brasília, na condição de anonimato, indicaram que o Brasil tende a se abster se o texto for colocado sob votação e não houver um acordo.
Redação com Uol