Defensoria Pública da União segue apanhando por ataque a Magalu
Foto: Fernando Moraes
“É uma questão civilizatória. O Brasil vai para frente ou vai para trás”, desabafou o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente, sobre a ação civil pública movida pela Defensoria Pública da União contra a iniciativa do Magazine Luiza de fazer um programa de trainee exclusivo para negros.
A medida foi duramente criticada pelo reitor. “É uma iniciativa esdrúxula. Falta compreensão do que é o papel da defensoria”, disse Vicente em referência ao defensor Jovino Bento Júnior, autor da ação na Justiça do Trabalho. “É uma surpresa que justamente um órgão criado para intervir em defesa dos vulneráveis tenha se voltado para combatê-los”, completou, indagando ainda qual o tipo de seleção que permite a inclusão de alguém com essa concepção em seus quadros.
Nesta manhã, a Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial e a Zumbi dos Palmares ingressaram no processo como amicus curiae. É a forma de apresentarem os argumentos contra aquilo que definem como “inconstitucional, inoportuno e contrário a todos os esforços do país no sentido de superar as desigualdades perpetuadas pelo racismo estrutural”.
Segundo eles, além de “perfeitamente legal como definido no estatuto da igualdade racial, nota técnica do Ministério Público do Trabalho, jurisprudência dos Tribunais e do Supremo Tribunal Federal, trata-se de medida justa e razoável de caráter privado, que, além de combater o racismo estrutural cria condições de igualização de oportunidades sociais e raciais”.