Boulos e Tatto oscilam na margem de erro

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Foto: Reprodução e Filipe Araújo/Divulgação

Com o maior tempo de televisão e rádio na propaganda eleitoral, a candidatura à reeleição do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), registrou uma tendência de crescimento nas últimas três semanas, reduziu a distância em relação ao deputado Celso Russomanno (Republicanos), e diminuiu a taxa de rejeição. É o que mostra a pesquisa XP-Ipespe, divulgada pelo Valor. Russomanno continua numericamente à frente, com 27% das intenções de voto, mas está empatado dentro da margem de erro da pesquisa com Covas, com 25%.

Com dez dias de horário eleitoral na TV e no rádio, a taxa de rejeição do prefeito e a do deputado federal seguiram trajetórias distintas. Na última pesquisa antes do início da propaganda, realizada entre os dias 5 e 6, 45% dos entrevistados disseram que, com certeza, não votariam em Covas. Agora são 41%, na pesquisa realizada entre os dias 19 e 20. Já a rejeição de Russomanno foi de 47% para 51% no mesmo período. Covas tem 3min29s na propaganda eleitoral e Russomanno, 51 segundos.

A avaliação do governo municipal melhorou com o início da propaganda na TV: se antes 31% consideravam a gestão como ótima ou boa, agora são 34%. A percepção de ruim ou péssima foi de 27% para 25%. A margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.

A exposição na propaganda eleitoral, no entanto, não teve o mesmo efeito na candidatura do ex-governador Márcio França (PSB), que conta com o segundo maior tempo de TV, de 1min36s. França permanece com os 8% registrados antes do início do horário eleitoral e está atrás do candidato do Psol, Guilherme Boulos, que aparece em terceiro lugar, com 12%. Jilmar Tatto (PT), tem 4%.

Em um eventual segundo turno entre Russomanno e Covas, os dois candidatos estão empatados tecnicamente, mas o prefeito aparece com 42% e o deputado, com 39%. Na pesquisa realizada na semana passada, os dois postulantes estavam com 40% cada.

O sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, avalia que o cenário eleitoral registrado na pesquisa tem influência direta da propaganda eleitoral no rádio e na televisão. “Em 12 dias de campanha, foram 504 minutos de propaganda. Se cada propaganda pode ter 30 segundos, são 1.008 comerciais. Multiplicando isso pela exibição em cinco redes de televisão, são 5.040 inserções de campanha. É um volume impressionante”, afirma Lavareda. “Aumenta a taxa de interesse e o entusiasmo sobre as eleições”, diz.

Para o analista político e estrategista da XP Victor Scalet, as pesquisas realizadas nas últimas três semanas indicam que as intenções de voto tendem a permanecer entre os candidatos mais bem colocados e que há poucas chances de reviravoltas, com um candidato com menos de 5% das intenções de voto ter um crescimento surpreendente até o dia 15 de novembro. “Os novos votos, dos eleitores que estavam indecisos, tendem a ir para quem está mais consolidado.”

A propaganda no rádio e na TV pode ter influenciado o interesse dos eleitores em votar nesta disputa municipal: 81% dos entrevistados disseram que com certeza votarão – no fim de setembro, eram 71%. Dos entrevistados, 6% acham que não votarão por receio do coronavírus.

Lavareda aponta também o papel das propagandas veiculadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enfatizando a importância do voto e as condições de segurança para a votação, no crescimento do interesse dos eleitores em participar da disputa municipal.

Em meio à um embate político em torno da vacinação contra o novo coronavírus, a pesquisa perguntou aos eleitores sobre a vacina e 70% dos entrevistados disseram que “com certeza” irão se vacinar; 18% estão indecisos e disseram que poderão ou não se vacinar e 8% se negam a tomar a vacina.

O levantamento da XP-Ipespe foi realizado por telefone com 800 eleitores da cidade de São Paulo com 16 anos ou mais e está registrado na Justiça Eleitoral sob o número: SP-03538/2020.

Valor Econômico