Fundação Palmares só homenageará negros mortos
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Uma portaria assinada pelo presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, e publicada na edição desta quarta-feira (11) do “Diário Oficial da União” muda as regras para a seleção e publicação dos nomes e biografias das personalidades negras notáveis no site da entidade.
Uma das alterações é que a lista passará a fazer apenas homenagens póstumas, ou seja, vai conter somente nomes de personalidades já mortas. Isso deve levar à exclusão da galeria de nomes como os dos cantores Gilberto Gil, Elza Soares e Martinho da Vila, por exemplo.
A portaria estabelece que as mudanças começam a valer em 1º de dezembro. Em uma rede social, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, informou que nessa data serão anunciadas todas as exclusões e inclusões.
Ainda de acordo com a portaria, outros critérios para a inclusão na lista serão:
a relevante contribuição histórica no âmbito de sua área de conhecimento ou atuação;
os princípios defendidos pelo Estado brasileiro; e
outros critérios que poderão ser avaliados, de forma motivada, no momento da indicação.
A diretoria da Fundação Cultural Palmares ficará responsável por aprovar os nomes que serão incluídos ou excluídos da lista.
Caso os nomes escolhidos sejam contestados, a portaria estabelece que caberá a uma comissão técnica a análise da contestação. A comissão terá o prazo de 30 dias, prorrogável por igual período, para acatar ou indeferir o pedido.
Moralização
De acordo com Camargo, as mudanças visam “moralizar” a lista de personalidades negras da Fundação.
“Assinei hoje portaria que moraliza a lista de personalidades negras da Fundação Palmares. O critério de seleção passa a ser a relevante contribuição histórica. Haverá exclusão de vários nomes. Novas personalidades serão incluídas em razão do mérito e da nobreza de caráter”, disse ele por meio de uma rede social na terça-feira (10).
Camargo também anunciou que, entre as personalidades que serão incluídas na lista, estão o humorista Mussum, os cantores Wilson Simonal e Luiz Melodia, e o atleta João do Pulo.
A Fundação Cultural Palmares foi criada em 1988 para promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira.
Em outubro, o presidente da fundação, que foi indicado para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro, já havia gerado polêmica ao anunciar que excluiria da lista a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marina Silva.
Na época ele justificou a exclusão dizendo que Marina “não tem contribuição relevante para a população negra do Brasil”.
“O ambientalismo dela vem sendo questionado e não é o foco das ações da instituição”, disse Camargo.
Em junho, em uma reunião gravada, Camargo chamou o movimento negro de “escória maldita”, disse que Zumbi era um “filho da puta que escravizava pretos” e criticou o Dia da Consciência Negra – ele defende um decreto para que a data deixe de ser feriado.
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