Pra respeitar mulheres, Danilo Gentili teria que ter tido mãe
O que mais espanta no novo caso rumoroso envolvendo a deputada federal pelo PT gaúcho, Maria do Rosário, e o apresentador de mais uma das muitas cópias do extinto programa Jô Soares, o tal Danilo Gentili, é que a parlamentar é a ÚNICA mulher eleita para a Câmara dos Deputados pelo Rio Grande do Sul (!!).
Confira, abaixo, essa impressionante lista de deputados gaúchos.
Só por isso, o mínimo a esperar seria uma onda de solidariedade das mulheres gaúchas – sobretudo das feministas – com a sua representante naquela Casa Legislativa. Como se vê na foto no alto da página, a grande “argumentação” do humorista contra a parlamentar é usar condição dela de mulher para agredi-la com insultos sexuais.
Gentili vinha insultando a deputada em uma rede social e, por isso, ela o notificou extrajudicialmente para que parasse de agredi-la ou, então, seria processado. Maria do Rosário não quis “calar” ninguém, quis, apenas, que seu detrator parasse de insultá-la, o que é um direito de qualquer cidadão em qualquer sociedade civilizada.
Como não obteve sucesso em fazê-lo parar com as agressões, Maria do Rosário lhe enviou a notificação.
Vendo, aí, oportunidade de se promover, Gentili gravou vídeo em que rasga a notificação, enfiando pedaços do documento dentro da calça, junto à própria genitália. E, por fim, no pedaço em que figurava a palavra deputada ele ocultou a primeira e a última sílabas de modo a formar a palavra “puta”.
Trata-se de um ataque puramente sexual. É assim que as mulheres brasileiras são confrontadas por covardes como Gentili, quando se desentendem com eles.
Mas o apresentador do SBT tem uma razão a mais. Ele usa a deputada gaúcha para se promover, para agradar a legião de energúmenos que infesta o país – os famigerados “bolsominions”, em grande parte adolescentes seguidores de outro desafeto declarado de Maria do Rosário, Jair Bolsonaro.
Essa garotada não recebeu educação social, não se liga nos estudos, não conhece a história do pais e, mimada, porta-se, socialmente, como macacos em loja de louças. A ela, somam-se os típicos machões latino-americanos adultos, igualmente iletrados, truculentos, machistas, misóginos, homofóbicos… E por aí vai.
Lamentavelmente, a solidariedade feminina está sendo escassa no caso da deputada. No perfil de Maria do Rosário no Facebook, as poucas manifestações femininas tratam de endossar o gesto abusivo do “comediante” com “argumentos” ininteligíveis, já que a parlamentar não é acusada de nada, tem uma trajetória impecável e logrou o feito de ser a única representante das mulheres gaúchas na Câmara dos Deputados.
Nesse ponto, vale lembrar que, ao atacar a única representante das mulheres gaúchas na Câmara dos Representantes do povo, Gentili atacou a todas, que, ao terem uma única representante no Câmara baixa, têm nessa representante a única chance de os interesses femininos serem representados naquela Casa Legislativa.
O escasso apoio feminino a Maria do Rosário, portanto, serve de pano de fundo para a situação da mulher no Brasil.
Nada contra grupos feministas se preocuparem com comerciais de cerveja que “coisificam” as mulheres ou com “cantadas nas ruas” ou com assédio sexual no ambiente de trabalho, por exemplo, mas o simbolismo do que Bolsonaro ou Gentili fazem com Maria do Rosário estimula esse comportamento asqueroso de homens contra mulheres.
E, como sabemos, o deboche contra uma mulher costuma ser o passo anterior à violência física contra elas…
Enfim, homem que tem mulheres em sua vida não pode tratar nenhuma delas assim. A conduta misógina do “comediante”, pois, fez o Blog procurar saber se ele tem mãe. A reportagem nos surpreendeu. Registramos em vídeo a pesquisa sobre de onde veio um ser que trata mulheres com tanto desprezo.