Superpandemia instala farsa da cloroquina na Índia

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Anadolu Agency / Anadolu Agency via Getty Images

No momento em que a Índia enfrenta a fase mais grave da pandemia, pacientes com Covid-19 continuam a receber tratamento com hidroxicloroquina no país, de acordo com a AIIMS – All India Institutes of Medical Sciences (Todos os Institutos de Ciências Médicas da Índia, em tradução livre). O medicamento não tem eficácia comprovada contra o coronavírus.

A Índia é o novo epicentro da pandemia no mundo. O país bateu quatro recordes seguidos de número de casos confirmados e esse avanço levou o sistema de saúde ao colapso. Os hospitais estão superlotados, há falta de oxigênio e sessões de cremação coletiva precisaram ser feitas.

Apesar da situação grave, outras drogas ineficazes contra o coronavírus permanecem sendo administradas às pessoas diagnosticadas com Covid-19 no país, como a ivermectina e a azitromicina. As informações foram dadas pelo diretor da AIIMS, Randeep Guleria, ao jornal The Indian Express.

“Os dados (de pesquisa) não são muito fortes e não há evidências conclusivas de que esses medicamentos tenham algum benefício. No entanto, algumas pessoas usam o hidroxicloroquina, pois pode ter algum benefício e não causam danos. O mesmo se aplica à azitromicina, que não é usada como antibiótico, mas como imunomodulador. Ambas as drogas são usadas em algumas áreas”, disse Guleria.

O AIIMS reúne 22 universidades públicas que oferecem cursos de graduação, mestrado e doutorado nas áreas de Medicina, Odontologia e Enfermagem. O instituto é também uma das maiores referências em pesquisa na área de saúde na Índia.

Guleria explicou, na entrevista, que esses medicamentos já não constam mais nas diretrizes nacionais de enfrentamento ao coronavírus, mas mesmo assim a utilização deles persiste. Segundo o diretor, em alguns lugares da Índia essas drogas eram recomendadas para pessoas em quarentena domiciliar.

“Não há evidências conclusivas de que esses medicamentos tenham algum benefício e o protocolo de tratamento estabelecido por especialistas deve ser seguido. O tratamento de suporte para infecção leve por Covid-19 é paracetamol, hidratação e cuidados regulares ”, disse Guleria.

Em março de 2020, o governo da Índia recomendou o uso da hidroxicloroquina como medida preventiva para profissionais de saúde e para casos confirmados assintomáticos. Posteriormente, a orientação passou a incluir trabalhadores de vigilância em zonas de contenção e policiais e paramilitares destacados para atividades relacionadas à Covid-19, segundo a agência Reuters.

O diretor da AIIMS explicou que entre as razões para a população continuar usando esses medicamentos estão os “efeitos colaterais mínimos” e o preço. Tratam-se de remédios baratos e de fácil acesso.

A Índia é um dos maiores produtores mundiais de hidroxicloroquina. De acordo com a revista indiana The Print, o volume de exportações do medicamento em 2020 foi o maior nos últimos cinco anos, com alta de 16%.

Em abril do ano passado, o governo indiano enviou matéria-prima para a produção de hidroxicloroquina no Brasil. O remédio indicado para doenças como malária, lúpus e artrite, na altura, já vinha sendo propagandeado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O medicamento depois passou a integrar o chamado “kit covid”, composto por drogas sem eficácia comprovada contra a Covid-19.

 

Bolsonaro chegou a se manifestar publicamente sobre o envio da matéria prima ao Brasil. No Twitter, o presidente agradeceu ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pelo envio do carregamento de insumos para produção de hidroxicloroquina.

Também em abril de 2020, a Índia liberou a exportação do medicamento para os Estados Unidos, atendendo a um pedido do ex-presidente norte-americano, Donald Trump. Na ocasião, o antigo mandatário da Casa Branca afirmou que a medida representava uma “virada de jogo” na luta contra o coronavírus.

Época

 

 

O blogueiro Eduardo Guimarães foi condenado pela Justiça paulista a indenizar o governador João Doria em 20 mil reais. A causa foi um erro no título de matéria do Blog da Cidadania. O processo tramitou em duas instâncias em seis meses DURANTE A PANDEMIA, com o Judiciário parado. Clique na imagem abaixo para ler a notícia

Quem quiser apoiar Eduardo e o Blog da Cidadania pode depositar na conta abaixo.

CARLOS EDUARDO CAIRO GUIMARÃES
BANCO 290 – PAG SEGURO INTERNET SA
AGÊNCIA 0001
CONTA 07626851-5
CPF 100.123.838-99

Eduardo foi condenado por sua ideologia. A ideia é intimidar pessoas de esquerda. Inclusive você. Colabore fazendo um ato político, ajudando Eduardo com qualquer quantia.