Bolsonaro prepara super aglomeração no 7 de setembro
Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
Após cancelar a parada militar de 7 de Setembro do ano passado devido à pandemia de Covid-19, o governo federal pretende retomar o desfile neste ano e já começou a planejá-lo. A ideia é disponibilizar uma arquibancada para 20 mil pessoas assistirem ao evento, realizado tradicionalmente na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. De acordo com estimativas iniciais, a estrutura da solenidade pode custar R$ 1,49 milhão. Em 2019, quando a previsão de público era a mesma, o gasto foi de R$ 971 mil.
Apesar da incerteza sobre a evolução da pandemia, o Ministério das Comunicações começou a planejar o desfile em janeiro, quando enviou pedidos de cotação de preços para dezenas de empresas. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência informou que, até o momento, a realização do desfile não está confirmada: “Trata-se de um processo de planejamento que não implica, necessariamente, execução”, diz trecho da nota.
Além da arquibancada, estão previstas seis tribunas que teriam, somadas, capacidade para 1.300 pessoas e um palanque para 150 profissionais de imprensa. Ainda há intenção de distribuir dez telões e mais de 300 banheiros químicos na área da parada militar.
“Com o objetivo de subsidiar a contratação das ações comemorativas da Semana Cívica e do Desfile de 7 de setembro de 2021, (…) encaminhamos consulta para a obtenção de informações para a ação no ano de 2021, o que nos permitirá adotar referências de mercado, bem como a dotação orçamentária para a contratação”, diz e-mail enviado pelo Ministério das Comunicações para empresas em janeiro.
Com base nas respostas de algumas das companhias, foi elaborada uma estimativa de gastos. O item mais caro seria a arquibancada: R$ 410 mil. Em 2019, a estrutura para a mesma quantidade de pessoas custou R$ 294 mil. Outros R$ 270 mil seriam gastos com grades metálicas, que percorreriam 15 mil metros. Os telões custariam R$ 10 mil.
Embora o planejamento tenha começado em janeiro, só recentemente o governo incluiu nos preparativos a preocupação com a Covid-19. Na semana passada, foi solicitada a cotação de preço de 96 totens de álcool em gel e de cinco mil máscaras descartáveis.
A inclusão dos novos itens foi justificada “devido à conjuntura de Pandemia COVID-19”. Um orçamento apresentado por uma empresa estimou gastos de R$ 72 mil com os totens e R$ 17 mil com as máscaras de proteção.
No ano passado, o desfile foi cancelado por determinação do Ministério da Defesa, que citou as recomendações sanitárias de evitar aglomerações. “O país, como considerável parte do mundo, enfrenta a pandemia do ‘COVID-19’, não sendo recomendável pelas autoridades sanitárias a promoção de eventos que possam gerar aglomerações de público, devido ao risco de contaminação”, determinou portaria assinada pelo então ministro Fernando Azevedo e Silva.
Sem a parada militar, o presidente Jair Bolsonaro fez apenas um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, no qual falou sobre diversos episódios da história do Brasil. Bolsonaro comentou sobre a formação do país, as lutas por liberdade e fez menção indireta à ditadura militar.