Conselho Nacional de Direitos Humanos critica Copa América no país
Foto: Chris Brunskill/Fantasista/Getty Images
O Conselho Nacional de Direitos Humanos emitiu uma recomendação, nesta quarta-feira (2/05), para que a Copa América não seja no Brasil. Ao presidente Bolsonaro, o CNDH pediu: “que, no exercício das atribuições previstas ao cargo, não autorize a realização do evento esportivo enquanto não houver plenas condições de segurança sanitárias”.
O Brasil vacinou apenas 10,5% da população e ontem registrou 2.390 mortes por Covid-19.
A recomendação não se deteve apenas ao presidente da República. Governadores de estados que serviriam de sede para jogos, a CBF, a Conmebol e a OMS também foram citadas.
À Confederação Brasileira de Futebol, o Conselho recomendou que os critérios do governo para aceitação do evento fossem expostos, uma vez que outros países negaram sediar o campeonato. Além disso, indicou que a CBF deveria se responsabilizar pelos custos.
“Que dê conhecimento, de forma imediata e detalhada, dos procedimentos e protocolos de segurança sanitária e do plano de contingência caso haja contágio da doença em comitivas ou grupos de torcedores, inclusive com a previsão do conjunto de medidas quarentenárias, meios de execução dessas medidas e previsão de responsabilização pelos custos, por tratar-se de evento de caráter lucrativo”, escreveu o colegiado, ligado ao Ministério dos Direitos Humanos.
Segundo o CNDH, os argumentos expostos pelo governo federal para justificar a realização da Copa América são “infundados ou baseados em premissas falsas”, como a vacinação de todos os atletas e delegações. Não há tempo hábil para o procedimento ser realizado ou para que o efeito de imunização seja gerado.
A vacinação de todas delegações foi um compromisso da CBF, expresso em nota da Casa Civil da presidência da República. O evento tem início no dia 13 de junho, daqui a 10 dias.