Bolsonaro “baixa” em Queiroga após pergunta sobre vacina superfaturada
Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, irritou-se nesta quarta-feira ao ser questionado se o governo mantém a intenção de comprar a vacina indiana Covaxin, cuja aquisição está sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPFF) e pela CPI da Covid. Queiroga ressaltou que o ministério ainda não comprou nenhuma dose, mas não quis responder se irá adquirir pelo mesmo preço negociado.
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— Todas as vacinas que tem registro, definitivo ou emergencial, o ministério considera para aquisições. Então esperamos esse tipo de posicionamento para tomar uma posição acerca não só dessa vacina, mas de qualquer outra vacina que obtenha registro emergencial ou definitivo na Anvisa — disse Queiroga inicialmente, após cerimônia no Palácio do Planalto, ressaltando que ainda não há registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Depois, ao ser questionado sobre se o governo irá comprar a vacina, o ministro demonstrou incômodo e disse que havia falado “português”.
— Eu falei em que idioma? Eu falei português. Não foi comprada uma dose sequer da vacina Covaxin nem da Sputnik.
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Após insistência sobre a intenção de comprar o imunizante no futuro, Queiroga disse que não poderia falar sobre isso e abandonou a entrevista:
— Futuro é futuro.
O MPF identificou indícios de crime na compra feita pelo Ministério da Saúde de 20 milhões de doses da Covaxin e vai investigar o caso também na esfera criminal — até então, o caso vinha sendo apurado em um inquérito na área cível.
A dose da vacina negociada pelo governo é a mais cara entre todas as que foram contratadas pelo Ministério da Saúde, e o processo de aquisição do imunizante foi o mais célere de todos, apesar dos alertas sobre “dúvidas” em relação à eficácia, à segurança e ao preço da Covaxin. O contrato para a compra da vacina indiana totalizou R$ 1,6 bilhão.