Militar citado por PM-delator nega ter ido a jantar e vai à Justiça

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Foto: Reprodução

Apontado como participante do jantar em que um representante do Ministério da Saúde supostamente teria pedido propina a um vendedor de vacinas, o coronel da reserva Alexandre Martinelli diz ao Painel que não participou do encontro, afirma ter como provar e anuncia que avalia processar os responsáveis pela exposição de sua imagem na sessão da CPI da Covid desta quinta-feira (1º).

O empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como intermediário da empresa Davati Medical Supply, disse à Folha inicialmente que participaram do jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, em 25 de fevereiro, Roberto Ferreira Dias (diretor de Logística do Ministério da Saúde), o coronel da reserva Marcelo Blanco (que havia sido assessor de Dias na pasta) e um terceiro elemento que havia se apresentado como empresário.

Nesta quinta, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) mostrou a Dominguetti uma imagem de Martinelli e perguntou se ele teria participado da reunião. O depoente respondeu “acredito que seja [a quarta pessoa no encontro]”. A imagem de Martinelli vestindo uma farda então foi exibida no telão.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), disse então que ele “estava acompanhando o pessoal no restaurante”.

Martinelli afirma que naquele dia estava, sim, no Brasília Shopping, mas em outro local, no Fran’s Café, com um amigo do Exército. Enquanto estava lá, diz, trocou mensagens com sua filha nas quais dizia onde e com quem estava e que, segundo ele, provam que não participou do jantar com Dias, Blanco e Dominguetti.

Ele afirma que não mostrará essas mensagens em um primeiro momento para não expor as conversas privadas com sua filha, mas que não tem qualquer problemas em fazê-lo caso seja necessário. Martinelli diz que não precisará tomar essa atitude, já que Dias negará sua presença assim que depor à CPI.

Martinelli diz que não conhece Dominguetti e nunca teve qualquer contato com ele. Além disso, afirma que nunca participou de qualquer encontro para tratar de negociação de vacinas, dado que sua esfera de atribuição tratava de outros temas (subsecretaria de Assuntos Administrativos), e que nunca fez reuniões fora do ministério para tratar de assuntos de trabalho. Ele foi exonerado do ministério em 20 de janeiro.

O coronel diz que avalia acionar a Justiça para responsabilizar a associação de sua imagem a um episódio de conotação negativa, um suposto pedido de propina em comercialização de vacinas contra a Covid-19.

“Muito provavelmente irei tomar esse caminho”, diz Martinelli.

Seu advogado, André Jansen, fala em ações nas esferas criminal e cível por possível dano à imagem.

“É possível que na esfera criminal ele [Dominguetti] consiga se safar porque estava indeciso. Mas uma reparação por danos morais com certeza. Ele [Martinelli] foi exposto em rede nacional, milhões de pessoas viram. Inclusive a foto dele fardado, o que é mais grave ainda. Ele comandou um batalhão, imagine os subordinados dele o vendo como um possível corrupto”, diz Jansen.

O advogado diz que houve açodamento e imprudência da CPI em projetar a foto do coronel.

“O depoente será processado, assim como o Estado. E vamos verificar se cabe também processar os integrantes da CPI, assim como fez a doutora Nise Yamaguchi. Eles estão sujeitos a isso se passarem da legalidade. No nosso entender, projetar a foto de um inocente foi uma arbitrariedade”, argumenta.

A respeito de Dias e Blanco, Martinelli diz que conhece bem o segundo, também coronel da reserva e membro da mesma turma do Exército dele. Sobre Dias, afirma que sabia quem era, mas que não tinha laços profissionais nem de amizade com ele.

Sobre Blanco, ele diz que ele era um assessor, não decidia nada sozinho. Envolvê-lo no episódio da maneira que tem sido feito, afirma, é no mínimo açodado.

Folha de S. Paulo

 

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