Presidente da Alerj vai coordenar campanha de Lula no Rio

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Foto: Reprodução

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT), conquistou o posto de novo homem-forte do ex-presidente Lula no Rio. O deputado ganhou influência nacional dentro do PT após ter sido alçado à presidência da Casa e ter dado mostras da sua boa relação com políticos de diversos espectros. Sua ascensão o leva a ser hoje apontado como o principal articulador da campanha de Lula no estado e o candidato petista ao Senado — e nem mesmo o fato de ter sido alvo de investigações do Ministério Público Federal parece abalar o seu novo status.

De atuação discreta nos anos em que o antigo PMDB comandou a Alerj, Ceciliano viu a sua história mudar ao assumir a presidência da Casa em 2017, num mandato-tampão, após o então presidente, Jorge Picciani, se licenciar. O perfil de bom articulador de Ceciliano é reconhecido até mesmo por adversários e casa bem com as intenções de Lula para 2022. Abrindo mão de um candidato ao governo estadual, o petista trabalha para ter o maior número de aliados na corrida presidencial. É nesse sentido que Ceciliano se tornou uma peça-chave, atuando para fechar alianças com siglas não só de esquerda, mas de centro e centro-direita, ampliando o palanque de Lula.

O crescimento de Ceciliano no PT também se deu pela queda da influência do antigo homem-forte do ex-presidente, Washington Quaquá. O ex-prefeito de Maricá tem causado mal-estar entre petistas por teimar, segundo interlocutores, em querer concorrer à Câmara correndo o risco de ter sua candidatura impugnada novamente, como em 2018.

Em junho, Ceciliano ciceroneou Lula em eventos com deputados fluminenses, prefeitos e líderes religiosos, recebendo-o em sua casa em Mendes, no Sul do estado. Quem vê hoje a proximidade dos dois nem lembra que Ceciliano já foi afastado do PT em 2017, após ir contra a orientação partidária numa votação na Alerj.

A ascensão nacional na legenda faz com que Ceciliano já se intitule candidato do PT ao Senado. Passou a carregar pesquisas de intenções de votos que indicam o salto na popularidade quando citado como o nome apoiado por Lula.

Ao lado de Lula, Ceciliano pretende subir no maior número de palanques possível para se eleger — o que seria seu primeiro cargo na esfera federal. O presidente da Alerj conta ainda com a promessa de ganhar um eventual ministério de Lula. Apesar de distante, Ceciliano quer manter influência na Alerj. Seu filho, Andrezinho, deve ser lançado candidato a deputado.

Influente em vários segmentos do governo estadual, Ceciliano foi responsável pela nomeação de Max Lemos (PSDB) para a Secretaria Estadual de Obras, mesmo depois do atrito público com o governador Cláudio Castro (PL) devido à venda da Cedae. A pasta é vista como uma “mina de votos”, e caberia a Ceciliano a articulação entre prefeitos e a destinação de recursos. O deputado também tem indicado titulares de secretarias municipais nas áreas sociais.

Com os prefeitos, Ceciliano dialoga pela frente encabeçada por Lula. Marcelo Freixo (PSB), principal nome do grupo ao governo, conta com Ceciliano para abrir caminhos junto a prefeitos da Baixada Fluminense aliados do presidente Jair Bolsonaro. Para isso, o deputado vai explorar a boa relação com o prefeito de Beldord Roxo, Waguinho, que assumiu a presidência do PSL no Rio — segunda sigla com maior acesso aos fundos eleitoral e partidário. Também tem bom relacionamento com os prefeitos de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (PP), e Duque de Caxias, Washington Reis (MDB).

Ceciliano é investigado pelo MPF por, supostamente, integrar um esquema de desvio de verbas da Alerj para cidades do interior, no qual a Casa Legislativa devolveria sobras de orçamento para o Governo do Estado. Os valores seriam repassados para municípios “apadrinhados” por deputados estaduais. O parlamentar também foi alvo da operação Tris Is Idem, que apura desvios na área da saúde, e pela qual Witzel foi afastado do cargo. O MPF o apontou como um dos líderes do esquema, no qual outros parlamentares também teriam sido beneficiados. Quando questionado sobre as investigações, ele reitera a sua inocência e diz não ter medo de ser escrutinado.

— Homem público não tem de ter medo de investigação. Tem que ter medo de covardias que podem ser feitas contra ele. Não tenho preocupação com isso. Os meus sigilos fiscal e telefônicos seguem abertos. É bom que investiguem mesmo — afirma Ceciliano.

Ceciliano também foi alvo da investigação sobre as “rachadinhas da Alerj”, na qual 21 deputados foram citados no relatório do Coaf, órgão de inteligência financeira, que levou à apuração contra membros da Casa, entre eles o hoje senador Flávio Bolsonaro. O gabinete de Ceciliano liderava o volume de movimentações suspeitas, com R$ 49 milhões entre 2011 e 2017. No entanto, as investigações contra ele se afastaram de suspeitas e o caso foi enviado à primeira instância.

O Globo

 

 

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