
Governistas usarão sabatina do PGR para pautar indicação de Mendonça
Foto: Adriano Machado
Governistas planejam aproveitar a sabatina de Augusto Aras para fazer uma ofensiva sobre Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, para que ele marque a sabatina de André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal.
Alcolumbre é contra a ida do ex-advogado geral da União para o STF e tem chamado senadores a “dar um recado ao governo” ao vetar o nome de Mendonça. O preferido do presidente da CCJ é o próprio Augusto Aras, cuja recondução para mais dois anos de mandato na Procuradoria-Geral é dada como certa no Senado.
Tanto a recondução de Aras como a indicação de Mendonça precisam passar primeiro pela CCJ antes de serem enviadas para o plenário. Nos dois casos, é preciso a aprovação de 41 dos 80 senadores para ser nomeado. Acontece que Alcolumbre tem se recusado a marcar a sabatina de Mendonça, o que simplesmente impede a tramitação de sua indicação pelo Senado.
Por isso, durante a sabatina de Aras, membros da tropa de choque bolsonarista como Marcos Rogério (DEM-RO) e Luís Carlos Heinze (PP-RS), além dos líderes do governo Fernando Bezerra (MDB-PE) e Eduardo Gomes (MDB-TO), planejam defender, de público, que Alcolumbre acolha a indicação de Bolsonaro e encerre o impasse.
O grupo espera contar com o suporte de senadores considerados independentes à sua ofensiva. Um deles é Álvaro Dias (Podemos-PR), que já manifestou publicamente sua preferência por Mendonça. O próprio candidato tem pedido para que os que vão votar nele declarem seu apoio, como forma de demonstrar que não está sozinho.
O principal fator de resistência ao ex-advogado da União de Bolsonaro é o fato de ele ser considerado “lavajatista” por grupos expressivos da base do governo e da oposição – muitos dos quais sofrerem investigações e processos durante a operação. Tais senadores temem que, ao ser nomeado, Mendonça passe a votar contra eles nos processos que ainda tramitam na corte.
Para tentar debelar essa resistência, Mendonça se reuniu no final de semana com Bolsonaro e com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, para rediscutir a estratégia da campanha.
Mendonça e seus aliados esperam que a fala dos governistas marque o recomeço da sua campanha, que será engrossada também pela pressão de líderes religiosos ligados ao presidente da República.
Vários deles foram escalados para procurar Alcolumbre e ameaçá-lo com a perda de apoio das igrejas à sua reeleição para o Senado, que ele disputa em 2022.
O mutirão chega no momento em que a campanha de Mendonça vem sendo considerada virtualmente morta não só pela resistência de Alcolumbre, mas também pela guarida que o presidente da CCJ tem recebido de seu principal aliado no Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
O presidente do Senado não esconde de ninguém a insatisfação com Bolsonaro pelo pedido de impeachment contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Pacheco já deixou claro que pretende arquivar o pedido. E tanto ele quanto Alcolumbre passaram a dizer nos bastidores que o acirramento da crise entre o Planalto e o Supremo inviabilizou a discussão de qualquer indicação de Jair Bolsonaro para a corte.
Dado o clima desfavorável para o governo no Senado, vai ser preciso muita artilharia da tropa de choque para convencer Alcolumbre a mudar de ideia.
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