Maioria das Forças Armadas reprova golpismo do 7 de setembro

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Foto: Maryanna Oliveira/Camara dos Deputados

Os atos programados por defensores do presidente Jair Bolsonaro para o 7 de Setembro, em Brasília e outras capitais do país, não têm recebido o apoio das Forças Armadas. O teor político que tem sido dado para as manifestações, inclusive com ameaças de invasão e depredação ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e de interdições de rodovias, é motivo de preocupação dentro dos quartéis, que não querem dar respaldo a protestos que sejam marcados por episódios de violência.

Nos últimos dias, Bolsonaro tem convocado apoiadores para as manifestações. Em diversos discursos, incitou os eleitores a não ceder nas críticas contra o STF e considerou o feriado como uma oportunidade única para que o país renove a sua independência. Ontem, o chefe do Executivo disse que “quem quer paz se prepare para a guerra”.

A postura do chefe do Executivo e a mobilização dos bolsonaristas para os protestos da próxima semana não são bem avaliadas entre os militares. Dentro da caserna, a análise é de que o país precisa dar uma trégua na crise entre as instituições, e não reforçá-la. Dessa forma, as Forças Armadas evitam aderir ao movimento a favor do governo para não deixar a impressão de que estariam apoiando o Executivo na rixa com o Judiciário.

Apesar da presença de militares no governo, que devem incentivar os protestos de apoiadores do presidente, a maioria das Forças Armadas não quer embarcar nas falas de Bolsonaro também para evitar que a instituição seja vista como uma aliada do chefe do Executivo em um eventual golpe. Constantemente, o presidente diz que as FAs são um “poder moderador” e que dão “apoio total”a suas decisões, discurso que não encontra respaldo nos quartéis.

O deputado Coronel Armando (PSL-SC), da reserva do Exército, não esconde a preocupação de que as manifestações bolsonaristas sejam marcadas por atos violentos. Segundo ele, por mais que os atos promovidos por apoiadores do presidente sejam normalmente pacíficos, a situação política atual pode contribuir para atitudes mais exaltadas de integrantes. “Qualquer manifestação que passe a ter episódios de depredação ou de ameaça a instituições não deve ter a participação dos militares, seja da ativa, seja da reserva”, afirmou.

O parlamentar comentou que as Forças Armadas nunca incentivaram militares a participar de manifestações de cunho político e que, portanto, não seria diferente desta vez. Ele admitiu que ninguém está impedido de comparecer, sem usar farda, mas frisou que não seria positiva para a imagem da instituição a presença de militares nos protestos. “Manifestações pacíficas e pela liberdade democrática são legítimas, mas quando um protesto toma um caráter violento, isso muda de figura. A gente não pode estar nessa situação”, enfatizou.

O deputado General Peternelli (PSL-SP), também da reserva do Exército, acrescentou que “o país precisa de tranquilidade e o bem comum para todos”. “O foco de todos nós tem de ser o cidadão e a população brasileira. Quando há polarização, temos de sempre perguntar se ela contribui ou não para o bem comum da população. A manutenção da lei e da ordem é uma atribuição legal das Forças Armadas.”

A seis dias do 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em cerimônia da Marinha, que “com flores não se ganha guerra”. Ele esteve na zona norte do Rio de Janeiro para uma homenagem a atletas militares que conquistaram medalha nas Olimpíadas de Tóquio. “Com flores não se ganha guerra. Se você fala de armamento… Se você quer paz, se prepare para a guerra”, frisou, após mandar o boxeador Hebert Conceição, medalhista de ouro, “enfiar a porrada”. Bolsonaro vem aumentando a retórica radicalizada de olho nas manifestações da semana que vem. Ele disse que comparecerá aos atos de Brasília e São Paulo.

Correio Braziliense

 

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