Eleição de 22 terá 220 mil urnas zero quilômetro

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Foto: Reprodução

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou nesta segunda-feira o novo modelo de urna eletrônica, que será usado na eleição do ano que vem. A previsão é que 224.999 novos equipamentos sejam entregues até julho de 2022. Segundo a Corte, a máquina é mais moderna, segura e tem mais “recursos de acessibilidade”. Também conta com uma bateria melhor e permitirá que o mesário comece a identificar o próximo eleitor da fila enquanto o outro ainda está votando. O objetivo é dar mais agilidade ao processo de votação.

Segundo o TSE, o Brasil terá 577.125 urnas à disposição. As mais antigas são de 2009, ano em que, segundo a Corte, foi introduzido um “hardware” de segurança que tornou a urna mais segura, ao garantir que ela execute apenas programas desenvolvidos pela equipe do tribunal. As urnas que serão usadas ano que vem são de um modelo de 2020, que será usado pela primeira vez.

Segundo a Corte, foram feitas as seguintes mudanças em relação ao modelo anterior, de 2015:

A bateria de chumbo-ácido, que precisava ser carregada a cada quatro meses, foi substituída por uma de lítio ferro-fosfato, que tem menos custo de conservação por não precisar de recarga;

Expectativa de a bateria durar toda a vida útil da urna, sem necessidade de ser trocada a cada cinco anos, como ocorria antes;

As urnas anteriores continham cartão de memória, enquanto às novas passam a ter entradas do tipo USB, que permitem a inserção de “pen drive”, dando maior flexibilidade à Justiça Eleitoral;

Adoção de um processador 18 vezes mais rápido que o do modelo anterior;

O terminal do mesário, que antes continha teclas numéricas mais “Confirma” e “Corrige”, passa a ter uma tela sensível ao toque;

Possibilidade de começar a identificar o próximo eleitor na fila de votação enquanto outro ainda está votando (pelos modelos anteriores, é preciso esperar todo o processo de votação de um eleitor para começar a identificar o próximo);

Melhora no teclado.

Por ano, são:

73.284 urnas do modelo de 2009;
117.817 de 2010;
34.998 de 2011;
30.142 de 2013;
95.885 de 2015;
224.999 de 2020.

Em entrevista coletiva em Manaus, cidade onde é produzida parte da urna eletrônica, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, destacou que os críticos da urna eletrônica já baixaram o tom. Por outro lado, disse que não há como convencer todos sobre a inexistência de fraudes.

— Não temos controle sobre o imaginário das pessoas. Tem gente que acha que o homem não chegou à lua — disse Barroso, acrescentando: — Os críticos mais ferrenhos diminuíram o tom.

O ministro não chegou a mencionar o nome do presidente Jair Bolsonaro, que, em diversas ocasiões, levantou suspeitas de fraude, mesmo não tendo provas disso. No mês passado, porém, Bolsonaro disse que a eleição de 2022 será mais confiável, mesmo sem o voto impresso, em razão da participação das Forças Armadas na auditoria do processo eletrônico de votação.

As urnas eletrônicas começaram a ser usadas no Brasil em 1996 nas cidades com mais de 200 mil eleitores e, em 2000, todo o país passou a votar pelo sistema eletrônico. Em 2008, começou o cadastro biométrico. As urnas não têm contato com a internet ou outras redes. Elas também passam por testes públicos de segurança com especialistas em tecnologia da informação. Os partidos também podem participar de inspeções.

O Globo

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