Bolsonaro ignora pedidos da imprensa para falar da Ucrânia
Após quatro meses de crise com o Ocidente, a Rússia decidiu atacar a Ucrânia nesta quinta-feira (24) e estabelecer uma presença militar no Donbass (leste do vizinho). Kiev classificou as ações como uma invasão total, embora, até aqui, os russos neguem.
Navlani acusa Putin de invadir Ucrânia para ‘desviar atenção’ de reais problemas da Rússia
O principal opositor do Kremlin, Alexei Navalni, acusou nesta quinta-feira (24) o presidente russo, Vladimir Putin, de usar o conflito com a Ucrânia para tentar desviar a atenção dos atuais problemas estruturais e econômicos do país. A afirmação foi feita durante uma audiência do segundo julgamento do opositor, preso sob acusações contestadas por líderes estrangeiros.
“Caro tribunal, quero oficialmente e sob o protocolo declarar: sou contra esta guerra. Considero-a imoral, fratricida e criminosa. Foi desencadeada pela gangue do Kremlin para facilitar o roubo. Eles matam por roubar.”, disse.
Navalni acrescentou ainda que o conflito “causará um grande número de vítimas” e “continuará a política de empobrecimento dos cidadãos russos” —a lógica para isso, naturalmente, seriam as consequências das sanções decretadas por vários países à Rússia após a invasão.
O opositor cumpre pena de dois anos e meio de prisão desde janeiro do ano passado, sob acusações de fraude. A detenção se deu ainda no aeroporto de Moscou, quando Navalni voltava de uma internação de 150 dias na Alemanha, após ser envenenado —ataque atribuído ao Kremlin, segundo ativistas.
Ainda nesta quinta, Nalvani retuitou um post que repudiava as prisões de manifestantes contrários à invasão da Ucrânia.
“Os cidadãos só querem sair às ruas e expressar pacificamente seu desacordo com o que Putin está desencadeando na Ucrânia. As pessoas têm o direito de sair com slogans anti-guerra, de saírem sem armas” diz a publicação. Até agora, mais de 1.500 pessoas foram presas. (Pedro Lovisi)