Aliados de Moro chamam desistência de “recuo estratégico”

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Foto: Cristiano Mariz/O Globo

Após Sergio Moro anunciar publicamente que abria mão da pré-candidatura à Presidência, aliados do ex-juiz apontaram o movimento como um “recuo estratégico” para ele poder se filiar ao União Brasil. Moro deixou o Podemos pela legenda nessa quinta-feira (31) e fez o anúncio pelas redes sociais. Na nota oficial, o ex-juiz afirmou que, “neste momento”, havia tomado a decisão de deixar a corrida presidencial.

A ida de Moro para o União foi costurada pelo presidente da legenda, Luciano Bivar, que era do PSL. A ala que era do DEM, ligada especialmente ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto, porém, colocou como condição para a filiação do ex-juiz que ele desistisse da candidatura ao Palácio do Planalto.

Após o anúncio, nomes mais próximos a Moro afirmam que ele vai começar agora a “construir” o seu nome como candidato a presidente dentro da legenda. Os aliados do ex-juiz apontam ainda que, desta vez, ele se filiou a uma legenda com alcance nacional, recursos e tempo de TV – tudo o que seu antigo partido não tinha.

Também avaliam que Bivar está mais empenhado do que a presidente do Podemos, Renata Abreu, a apresentar um nome único da chamada “terceira via” na disputa, uma vez que ele já vem conversando com lideranças do MDB e do PSDB sobre isso.

Segundo esses aliados, Moro bateu o martelo sobre a troca de partido na noite de quarta (30). Ele, no entanto, passou o dia apreensivo, “com frio na barriga”, mas foi aconselhado a ir em frente.

A avaliação é que o Podemos não tinha condições de bancar a candidatura à Presidência do ex-juiz e que, se permanecesse na legenda, correria o risco de ver o seu projeto naufragar. Com a mudança, dizem, ele agora vai ter a chance de ser um nome de fato competitivo no cenário nacional – caso consiga convencer os correligionários a lançá-lo na disputa.

Valor Econômico