
Com medo de Lula, Bolsonaro quer “suspender” eleições
Alertado pelos auxiliares de que suas chances de vitória na eleição de outubro são pequenas devido ao progressivo fortalecimento da campanha de Lula, Bolsonaro já prepara um golpe de Estado clássico.
Durante o evento “Liberdade de Expressão” — no Palácio do Planalto — ontem (27/4), o presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu suspensão das eleições de 2022 se tiver “algo anormal”.
Bolsonaro quer impedir que o povo escolha novos representantes para todos os cargos eletivos, incluindo governos estaduais e para a Câmara, Senado e deputados estaduais. “Não pensam que uma possível suspensão de uma eleição seria só para presidente, isso seria para o Senado, para a Câmara, se tiver algo de anormal”, disse.
O presidente também voltou a atacar o ministro do STF Luis Roberto Barroso. “Ele mente”, acusou.
A divulgação nesta semana de estudo feito pelo instituto Vox Populi para o PT, com o resultado de pesquisas presenciais realizadas por nove diferentes institutos entre maio de 2021 e abril de 2022, está por trás dessa atitude de Bolsonaro0.
Embora a vantagem de Lula para Bolsonaro tenha diminuído 5 pontos no primeiro turno com a saída de Sergio Moro, como mostrado também neste espaço, o petista tem em abril de 2022 os mesmos 44% que tinha em maio de 2021. Isso em pesquisas estimuladas de primeiro turno, quando o nome dos candidatos é apresentado para o eleitor.
O que o estudo mostra é que o cenário é o mesmo nos últimos 12 meses quando analisamos Lula X todos os outros candidatos. A única mudança relevante na média das pesquisas não foi provocada pela ação de Bolsonaro, mas pela desistência do ex-magistrado lavajatista.
O estudo revela também que tudo que Bolsonaro fez para reduzir sua rejeição — o que não foi pouca coisa — e aumentar a de Lula ainda não se refletiu na média das pesquisas. Além disso, no cômputo dos votos válidos Lula segue vencendo por mais de 60% e Bolsonaro continua abaixo dos 40%, sem variações relevantes.
As pesquisas utilizadas para o estudo foram as dos institutos DataFolha, IPEC, Ipespe, Vox, CNT/MDA, Quaest, Datatempo, Ipsos e Sensus.
Enquanto isso, o Tribunal Superior Eleitoral manda emissários percorrerem os países desenvolvidos pedindo a presença de observadores internacionais para que comprovem farsa de Bolsonaro com vistas a evitar a derrota eleitoral para Lula
Redação