Freixo denuncia governador do Rio por favorecimento à filha de Eduardo Cunha

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Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O deputado federal Marcelo Freixo (PSB), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, apresentou ao Ministério Público estadual uma representação contra o governador Cláudio Castro (PL), seu principal adversário nas próximas eleições, por improbidade administrativa.

A representação, endereçada ao Procurador-Geral de Justiça, Luciano Oliveira Mattos, foi movida com base em reportagem da Folha que mostrou que Danielle Cunha, filha do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PTB), teve sua pré-candidatura a deputada federal pela União Brasil impulsionada em obras públicas estaduais.

Homens vestindo uniformes com os dizeres “Equipe Dani Cunha” trabalharam em pavimentações em ao menos quatro favelas do estado, entre março e abril. O material foi custeado pelo governo do Rio de Janeiro e a empresa fornecedora do concreto tem como sócia a mulher de um aliado de Danielle.

A filha de Cunha tem participado de alguns eventos do estado e cultos evangélicos ao lado de Castro. A União Brasil, partido de Danielle, faz parte da aliança do governador em busca da reeleição.

Na representação apresentada ao MP-RJ, Freixo alega que o uso do nome de Danielle em obras do estado “pode configurar, em tese, ato de improbidade administrativa, por caracterização de promoção pessoal na realização de serviços públicos”, segundo a Lei de Improbidade Administrativa e a Constituição Federal.

“O Governador do Estado estaria, em tese, promovendo a imagem pessoal de sua aliada, Danielle Cunha, utilizando-se de obras e serviços realizados com recursos do Governo do Estado”, diz a peça.

O Ministério Público Eleitoral também instaurou um procedimento preparatório eleitoral para apurar o caso.

Em nota, o governo afirmou que, neste modelo de obra, o estado apenas repassa os materiais a prefeituras e instituições, e a contratação dos funcionários fica sob responsabilidade dos solicitantes.

“Qualquer ação política promovida durante as obras não é de conhecimento do governo do Rio”, diz o texto.

Já Danielle Cunha afirma que não tem participação nas obras e diz que não solicitou ou pagou para que os operários vestissem camisetas com o seu nome.

Folha