General critica participação de militares na política

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Foto: Ministério da Defesa/Reprodução

Em meio à uma atmosfera carregada de forte tensão entre o presidente Jair Bolsonaro, de um lado, e o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral, de outro, tendo as Forças Armadas como pano de fundo, o general de Divisão Rui Yutaka Matsuda, que até o mês passado exerceu o Comando Militar do Planalto, afirmou que ‘no instante em que qualquer militar se declara, publicamente, a favor ou contra, sobre um aspecto que está dentro do espectro político, ele estaria quebrando a hierarquia e disciplina’.

O general participou de live realizada na sexta-feira, 13, pelo promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul João Linhares, que integra o grupo Democracia e Razão. A afirmação se deu após o ex-comandante militar do Planalto ser questionado sobre uma eventual reformulação da permissão para que militares da ativa se candidatem a cargos públicos sem se excluírem das Forças Armadas.

Em resposta, o general ponderou que não cabe a ele ‘sequer interpretar’ a forma como tal regra se dá, sendo um debate a nível de ‘comandante da força com o ministro da Defesa’ – este último classificado por Matsuda como ‘ator político dentro das Forças Armadas’. “Cabe a nós, abaixo do comandante, apenas interpretar e cumprir. Caso haja a deliberação legislativa no que diz respeito, nós cumpriremos. Mas não cabe a nós, cabe à instância política ordenar esse aspecto Legislativo”, registrou.

O promotor de Justiça João Linhares então questionou se o general seria favorável ao afastamento de militares da vida político-partidária, como ocorre como juízes e membros do Ministério Público.

Foi então que o general, afirmou: “No instante em que qualquer militar se declara, publicamente, a favor ou contra de um aspecto que está dentro do espectro político ele estaria quebrando a hierarquia e disciplina”. Em seguida, Matsuda completou: “Não cabe a mim responder. Se for o caso é levar essa pergunta para o Ministério da Defesa, que é quem caberia responder essa pergunta”.

 

Estadão